Dois anos após o bem recebido “Lisboa que Adormece” (Universal, 2005), Paula Oliveira e Bernardo Moreira voltam a aventurar-se pelo caminho às vezes sinuoso das versões – positivamente. Não são umas versões quaisquer; “Fado Roubado” vive da arte antes pensada por Carlos Paredes, José Afonso, Amélia Muge, Alexandre O’Neill, Fernando Pessoa e Sofia de Mello Breyner Andersen. Mas vive também dos simples mas fantásticos arranjos do contrabaixista Bernardo Moreira. Vivendo ainda, acima de tudo, da seguríssima e versátil voz de Paula Oliveira (que vimos todas as semanas como professora no programa da RTP 1, “Operação Triunfo”). Corridas que são, entre outras, algumas canções emblemáticas da música portuguesa (“Que Amor Não Me Engana”, “Estrela da Tarde”, “Gaivota” ou “Índios da Meia Praia”, ), o sentimento final é de que este “Fado Roubado”, para além de o ser – roubado, é também reinventado, num estilo jazzístico e numa interpretação superior de Paula Oliveira. Nem sei se esperava tal desenvolvimento; o que sei é que o trabalho de recriação levado a cabo pela dupla, resulta numa outra vida, uma outra luz…com aquele feeling!
Delicioso!

capa de fado roubado
“Fado Roubado” – Paula Oliveira e Bernardo Moreira (Universal, 2007)

tipo Jazz
sítio www.paulaoliveira.net

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.