OLHARES|”Cacique’97” – Cacique’97

O afrobeat veio para ficar. E chegou hoje.
Chegou hoje às lojas o CD e o vinil 7″ – edição especial da fnac – do álbum de estreia dos Cacique’97. E chegou cheio de vibração. Apelidado sem rodeios como o primeiro álbum afrobeat português, “Cacique’97” desperta o desejo; desde logo.
Ao colectivo de luxo formado por 10 músicos portugueses e moçambicanos – e que músicos, oriundos de projectos como Cool Hipnoise, Philharmonic Weed, Spaceboys ou The Most Wanted, entre os quais se destacam Milton Gulli, João Gomes e Francisco Rebelo, só para citar três, juntaram-se ainda como convidados, Ruben Alves (piano), Kimi Djabaté (voz e balafon), Galissa (Kora), Ikonoklasta, Bob Da Rage Sense, Sir Scratch e Sagas, entre outros. O resultado?
“Cacique´97” é o sol de Lisboa; quente, ritmado, uma paixão que cai sobre uma cidade efervescente de multiculturalidade; sobre uma cidade ávida de se libertar e de se deixar levar pelo groove dos dias, das noites, do sol escaldante que explode da calçada lisboeta. Quando Fela Kuti encontra a cosmopolita Lisboa; não é sequer difícil imaginar o povo empolgado pela baixa pombalina; numa mistura; no suor de uma energia mestiça. Sem cor, apenas com a dor dos corpos moídos; da liberdade; da música. Sem ponta de aborrecimento, “Cacique’97” promove a convergência de culturas, de cores, sons e muitas outras coisas.
Delicioso momento, feito de construções melódicas palpitantes. É difícil ficar indiferente a “Cacique’97”, e nem é preciso deixar acabar “Jorge de Capadócia”. Belo disco; excelentes arranjos; grandes vozes.
Editado hoje, “Cacique’97” será sem dúvida uma das bandas sonoras deste Verão.