Extraordinário…mas onde está a surpresa? Em lado nenhum.
Outra vez às voltas com uma banda sonora – agora para teatro – e pouco tempo depois do lançamento de “Unreal: Sidewalk Cartoon”, Bernardo Sassetti volta a trazer o seu piano para a ribalta. Não é só o piano, é toda uma arte de compor. Lançado há poucos dias, “Dúvida” é a banda sonora para a peça com o mesmo nome que deu um Pulitzer a John Patrick Shanley, aqui, encenada por Ana Luísa Guimarães. A peça conta nos principais papeís com Eunice Muñoz e Diogo Infante e está em cena no Teatro Maria Matos.
Sobre o disco, diga-se já que não surpreende. Não me surpreendeu; acontece assim quando estamos já habituados apenas ao melhor. E não surpreender, aqui, não quer dizer que não agrade, muito pelo contrário, “Dúvida” é desde logo, mais uma grande obra de Bernardo Sassetti.
Recordem a tensão de “Alice”, a inquietude transversal a toda a obra; “Dúvida” podia bem ser o passo seguinte, uma passo mais completo, orquestralmente mais cheio, em contraponto ao belíssimo esvaziamento de “Alice”. A presença de José Salgueiro e da Orquestra Sinfonietta de Lisboa não são nesta passagem de ignorar – nada. A direcção foi de Vasco Pierce Azevedo.
Mas recordem a densidade de “Alice”, aquela mesma capacidade imagética de nos transportar para a cena; agora para o palco, para a boca de cena. Não são os sons de Lisboa, os sons daquela urbanidade sombria que nos inquieta em “Alice; em “Dúvida”, a densidade, a tensão, é toda ela interna, há em toda ela um dramatismo que se pressente a cada passo, a cada passagem – mas interna. A história é outra.
Entre o clássico e o moderno, com mais ou menos arrojo na construção, tal como a outra, também esta “Dúvida” sobrevive de uma forma magnífica fora do palco; imagine-se nele!
Outra vez às voltas com uma banda sonora – agora para teatro – e pouco tempo depois do lançamento de “Unreal: Sidewalk Cartoon”, Bernardo Sassetti volta a trazer o seu piano para a ribalta. Não é só o piano, é toda uma arte de compor. Lançado há poucos dias, “Dúvida” é a banda sonora para a peça com o mesmo nome que deu um Pulitzer a John Patrick Shanley, aqui, encenada por Ana Luísa Guimarães. A peça conta nos principais papeís com Eunice Muñoz e Diogo Infante e está em cena no Teatro Maria Matos.
Sobre o disco, diga-se já que não surpreende. Não me surpreendeu; acontece assim quando estamos já habituados apenas ao melhor. E não surpreender, aqui, não quer dizer que não agrade, muito pelo contrário, “Dúvida” é desde logo, mais uma grande obra de Bernardo Sassetti.
Recordem a tensão de “Alice”, a inquietude transversal a toda a obra; “Dúvida” podia bem ser o passo seguinte, uma passo mais completo, orquestralmente mais cheio, em contraponto ao belíssimo esvaziamento de “Alice”. A presença de José Salgueiro e da Orquestra Sinfonietta de Lisboa não são nesta passagem de ignorar – nada. A direcção foi de Vasco Pierce Azevedo.
Mas recordem a densidade de “Alice”, aquela mesma capacidade imagética de nos transportar para a cena; agora para o palco, para a boca de cena. Não são os sons de Lisboa, os sons daquela urbanidade sombria que nos inquieta em “Alice; em “Dúvida”, a densidade, a tensão, é toda ela interna, há em toda ela um dramatismo que se pressente a cada passo, a cada passagem – mas interna. A história é outra.
Entre o clássico e o moderno, com mais ou menos arrojo na construção, tal como a outra, também esta “Dúvida” sobrevive de uma forma magnífica fora do palco; imagine-se nele!
“Dúvida” – Bernardo Sassetti (Trem Azul, 2007)
01 Prelúdio
02 Realidade Mov. I
03 Dúvida Mov. I
04 Interlúdio
05 Dúvida Mov. II
06 Nocturno Para Uma História Invisível
07 Realidade Mov. II
08 Dúvida Mov. III
09 Coral
10 Epílogo