CRÍTICA“Avatara” – Blasted Mechanism
Aqui o maestro gosta de Blasted Mechanism (BM). Muito.
Ainda assim, algum tempo se passou. Dias, até alguns meses passaram até que me decidisse a escrever algumas palavras sobre “Avatara”, última criação desse desejado “império” que dá pelo nome Blasted Mechanism. Indubitavelmente, os BM são uma das bandas mais marcantes surgidas na última década neste nosso curto solo, qual extraterrestre aterrado no seio da moderna música feita em Portugal. O certo é que dez anos se passaram e os Blasted Mechanism transformam-se numa das mais carismáticas bandas lusas (afirmação pouco pacífica em alguns quadrantes…o que até começa a ser normal quando uma banda se vai afirmando globalmente).
Mas afinal, qual o lugar do já dourado “Avatara”?
Para quem se habituou a olhar para os BM como um fenómeno capaz de nos surpreender a todo o momento, “Avatara” representa uma pausa, uma perda dessa magia, um descanso sobre a afirmação de uma certa posição já alcançada. É um disco que já não surpreende; a fasquia está demasiado alta e ao mesmo tempo, o objectivo parece ser agora o de chegar a um maior de número de público (objectivo completamente legítimo), evitando a todo custo uma perigosa descaracterização. Conseguida. Menos arriscado, menos excêntrico, menos experimental, “Avatara” continua ainda a assim a ser um disco dos BM de sempre, um disco feito à medida dos dias de hoje, feito à medida das necessidades de crescimento de uma banda que não poderia de modo algum sustentar-se no meio underground de sempre. As massas esperam-vos, e com razão.
Desilude este “Avatara”?
Não!
Talvez as expectativas estivessem demasiado altas, de forma que, numa primeira fase fosse difícil suportar uma certa desilusão, incompreensão, que depois de trabalhada, se transformou na normal percepção da fase de estabilização em que a banda se encontra, mantendo-se o seu som razoavelmente original (utilização de variadíssimos instrumentos e até do icónico Black&Decker), nunca perdendo de vista o seu grande objectivo: as massas!
Ary, Valdjiu e Karkov (agora também e em nome próprio com Sync, Zymon e Winga) constroem um disco equilibrado, sem grandes momentos de êxtase, mas um bom disco, bem produzido e onde o contacto com o universo dos pequenos sons do mundo ais´tico e africano nunca se perdem, pelo contrário, muitas vezes se recriam. Nisto, se a participação dos Dealema nem sempre parece muito conseguida e “Blasted Empire” cheira a mil e uma coisas igualmente orelhudas (até demais), já a pequena participação de Maria João é maravilhos, esta nitidamente nascida no seio do universo BM.
Naturalmente que para quem acompanha os BM há anos, “Avatara” não inova, não surpreende, no entanto, prova que é possível estabilizar evitando a duplicação, e os BM provam que se consegue crescer sem ser para cima…mas antes para os lados.
Os ideais, esses, mantêm-se.
Ainda assim, algum tempo se passou. Dias, até alguns meses passaram até que me decidisse a escrever algumas palavras sobre “Avatara”, última criação desse desejado “império” que dá pelo nome Blasted Mechanism. Indubitavelmente, os BM são uma das bandas mais marcantes surgidas na última década neste nosso curto solo, qual extraterrestre aterrado no seio da moderna música feita em Portugal. O certo é que dez anos se passaram e os Blasted Mechanism transformam-se numa das mais carismáticas bandas lusas (afirmação pouco pacífica em alguns quadrantes…o que até começa a ser normal quando uma banda se vai afirmando globalmente).
Mas afinal, qual o lugar do já dourado “Avatara”?
Para quem se habituou a olhar para os BM como um fenómeno capaz de nos surpreender a todo o momento, “Avatara” representa uma pausa, uma perda dessa magia, um descanso sobre a afirmação de uma certa posição já alcançada. É um disco que já não surpreende; a fasquia está demasiado alta e ao mesmo tempo, o objectivo parece ser agora o de chegar a um maior de número de público (objectivo completamente legítimo), evitando a todo custo uma perigosa descaracterização. Conseguida. Menos arriscado, menos excêntrico, menos experimental, “Avatara” continua ainda a assim a ser um disco dos BM de sempre, um disco feito à medida dos dias de hoje, feito à medida das necessidades de crescimento de uma banda que não poderia de modo algum sustentar-se no meio underground de sempre. As massas esperam-vos, e com razão.
Desilude este “Avatara”?
Não!
Talvez as expectativas estivessem demasiado altas, de forma que, numa primeira fase fosse difícil suportar uma certa desilusão, incompreensão, que depois de trabalhada, se transformou na normal percepção da fase de estabilização em que a banda se encontra, mantendo-se o seu som razoavelmente original (utilização de variadíssimos instrumentos e até do icónico Black&Decker), nunca perdendo de vista o seu grande objectivo: as massas!
Ary, Valdjiu e Karkov (agora também e em nome próprio com Sync, Zymon e Winga) constroem um disco equilibrado, sem grandes momentos de êxtase, mas um bom disco, bem produzido e onde o contacto com o universo dos pequenos sons do mundo ais´tico e africano nunca se perdem, pelo contrário, muitas vezes se recriam. Nisto, se a participação dos Dealema nem sempre parece muito conseguida e “Blasted Empire” cheira a mil e uma coisas igualmente orelhudas (até demais), já a pequena participação de Maria João é maravilhos, esta nitidamente nascida no seio do universo BM.
Naturalmente que para quem acompanha os BM há anos, “Avatara” não inova, não surpreende, no entanto, prova que é possível estabilizar evitando a duplicação, e os BM provam que se consegue crescer sem ser para cima…mas antes para os lados.
Os ideais, esses, mantêm-se.
“Avatara” – Blasted Mechanism (2005/Universal/Metrodiscos)
01 Blasted Empire (featuring DJ Nelassassin)
02 Sun Goes Down
03 What Is All About
04 Manipulation
05 Kurié Mahallande
06 Power On (featuring Maria João)
07 Enolough
08 Sagar Mata
09 Hand Full of Nothing (featuring Dealema)
10 So Spaced Out
11 Take That Shot
12 Pink Hurricane (featuring Maria João)
13 Memories Will Fade
14 Space Hopper
15 Stecotorketor
Alternativo
www.blastedmechanism.com