De regresso àquele objecto de fita escura, enrolada, nos dias de hoje já quase esquecido, quase, ao qual chamamos de cassete. Sim, continuamos a chamar.
De início, não era uma cassete qualquer, normal, legal, não, era uma cassete pirata; essa mesmo. Esse verdadeiro exemplo, imagem de um país em vias de qualquer coisa e basicamente pós-revolucionário e pré-comunitário e coisa e tal. Que monumento; nas minhas lembranças mais infantis que juvenis, nem havia outras, senão aquelas caixas mágicas pousadas no topo do balcão seboso do tasco lá da rua. Todas as semanas, às vezes meses, havia uma nova, no tasco e lá em casa. Certinho. Algum tempo mais tarde, lá percebi que áqueles maravilhosos objectos se chamavam “piratas” e às outras, que eu nunca via, nem percebia a diferença (só o soube mais tarde), se chamavam cassetes, “à séria”. Destas quase nem me recordo mas também não me serviria de nada…
Agora, das outras, eram tantas e tantas, infelizmente sempre piratas, mais baratas, mais condizentes com o poder bolsista da altura, serviam para tudo: ouvir e principalmente regravar. Regravar, às escondidas claro. Foi através destas que tomei conhecimento com os fados de Fernando Farinha, Alfredo Marceneiro, Cidália Moreira e Amália claro. Fados e outros, mais ou menos populares e com muitos brasileiros à mistura; vivia-se o “hype” telenovelesco da “Gabriela”. Mas mais importante, foi através destas que ouvi pela primeira vez, alguns dos grupos do hoje apelidado “rock português”: Taxi, Roquivários, o Grupo de Baile do histórico piii, UHF, Salada de Frutas, Rui Veloso, Heróis do Mar entre muitos outros. Recordações de uma época…mas nisto, um dia percebi que afinal, felizmente, nem tudo era pirata…assim como hoje (pobre inocência).
Legal ou ilegal e por fim, foi só em 1987 que adquiri a única cassete que alguma vez comprei, ainda antes da obrigatoriedade do selo brilhante e da verdadeira guerra que se instaurou por feiras e mercados à tradicional cassete pirata…sem apologias, é apenas uma recordação, fruto da situação: Rádio Macau e o “Elevador da Glória”.
De início, não era uma cassete qualquer, normal, legal, não, era uma cassete pirata; essa mesmo. Esse verdadeiro exemplo, imagem de um país em vias de qualquer coisa e basicamente pós-revolucionário e pré-comunitário e coisa e tal. Que monumento; nas minhas lembranças mais infantis que juvenis, nem havia outras, senão aquelas caixas mágicas pousadas no topo do balcão seboso do tasco lá da rua. Todas as semanas, às vezes meses, havia uma nova, no tasco e lá em casa. Certinho. Algum tempo mais tarde, lá percebi que áqueles maravilhosos objectos se chamavam “piratas” e às outras, que eu nunca via, nem percebia a diferença (só o soube mais tarde), se chamavam cassetes, “à séria”. Destas quase nem me recordo mas também não me serviria de nada…
Agora, das outras, eram tantas e tantas, infelizmente sempre piratas, mais baratas, mais condizentes com o poder bolsista da altura, serviam para tudo: ouvir e principalmente regravar. Regravar, às escondidas claro. Foi através destas que tomei conhecimento com os fados de Fernando Farinha, Alfredo Marceneiro, Cidália Moreira e Amália claro. Fados e outros, mais ou menos populares e com muitos brasileiros à mistura; vivia-se o “hype” telenovelesco da “Gabriela”. Mas mais importante, foi através destas que ouvi pela primeira vez, alguns dos grupos do hoje apelidado “rock português”: Taxi, Roquivários, o Grupo de Baile do histórico piii, UHF, Salada de Frutas, Rui Veloso, Heróis do Mar entre muitos outros. Recordações de uma época…mas nisto, um dia percebi que afinal, felizmente, nem tudo era pirata…assim como hoje (pobre inocência).
Legal ou ilegal e por fim, foi só em 1987 que adquiri a única cassete que alguma vez comprei, ainda antes da obrigatoriedade do selo brilhante e da verdadeira guerra que se instaurou por feiras e mercados à tradicional cassete pirata…sem apologias, é apenas uma recordação, fruto da situação: Rádio Macau e o “Elevador da Glória”.