Worten nunca e é muito bem feito!
É surreal o que se tem passado com o concurso Rock Rendez Worten [*]. Ou talvez não, dirão outros também com razão. O facto é que algum dia tinha de acontecer, pelo menos com esta dimensão. Esta ideia que algumas empresas – geralmente grandes – têm  de que podem chegar  a um meio e impor-se como querem, geralmente onde outros já estão à mais tempo com regras claras e bem definidas – principalmente morais, só pode ser mais um exemplo do chico-espertismo que grassa em alguns núcleos por este país. Esta ideia de que bastaria fazer um concurso, promover uns concertos e lançar umas compilações, para usar e abusar do trabalho criativo dos outros, é algo que já não cola sempre e só envergonha quem a imagina. Primeiro porque demonstra uma arrogância inaceitável – desprezo? – e depois porque trata os artistas como idiotas, vergados ao sonho de um futuro cheio de músicas nas telenovelas – mesmo que pão não exista  para encher a barriga. A confusão que se arranjou com os contratos apresentados à posteriori aos vencedores do Rock Rendez Worten é algo de verdadeiramente incrível. Mas ainda bem que aconteceu. Pode ser que daqui em diante abram os olhos e tratem quem está no meio com a consideração que merece. Em última instância, que não se voltem a meter nestas alhadas.
É natural que existam contrapartidas por parte das bandas neste tipo de concursos, importante é que sejam contrapartidas justas e moralmente aceitáveis; cedências de direitos à lá gardére, NÃO!

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By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.

5 thoughts on “100 PALAVRAS & MAIS ALGUMAS|Worten Sempre?”
  1. Completamente de acordo. Marcas a ganhar posição desta forma, dirigidas por pessoas sem qulquer background na matéria, transforma quem trabalha em música em meros stocks para futura gestão. Não se podia pedir mais à Worten. Se fosse o PINGO DOCE a promover o concurso ao menos os músicos podiam saír de barriga cheia. Lembro como exemplo A Optimus 2000 ou 2001 ter produzido colectâneas, e não ouvi falar nesta má onda em volta de questões contratuais.
    Imaginem Toranja ou Terrakota ou Gomo (participantes do Optimus 2001) com contractos destes à frente para assinarem e recusarem. Quem ficava a perder?
    Não é nada bom para a imagem da marca Worten estes zunzuns, e nada feliz para padrinhos e meio musical tão carente sempre de apoios esclarecidos para a actividade. Temo grandes surpresas para o futuro do que vai ser o acesso à música. As marcas tentam o take over, mas sem qualquer background, parecem elefantes dentro de uma loja de procelanas.

  2. Fica um bocado a sensação que, do ponto de vista destes promotores, é uma mais-valia para os artistas aparecerem, como se fossem eles que estivessem em dívida. É um bocado como a Lili Caneças aparecer na Caras.

  3. Só o nome do concurso diz tudo.
    Já os Bunnyranch tinham em alguns concertos denunciado o facto de não terem ganho um centavo, pelo facto de uma das suas musicas ter aparecido nun anuncio desta superficie COMERCIAL. Pois isto é só comercio e do menos justo.

  4. Boas

    É bom ver alguem a manifestar-se sobre o que se passou. Contratos absolutamente ridiculos…

    Palavras ajustadas.

    Abraço

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