VINIL|"For-All-The-Round-Suns" – Loosers

A aventura sonora por uma nova e estimulante urbanidade…são os Loosers e são excelentes.
Se algum dia chegaram perto de “6 Songs EP”, primeiro registo dos Loosers, esqueçam quase tudo o que por lá ouviram, esqueçam parte da objectiva arte do trio lisboeta (Tiago Miranda, Rui Dâmaso e José Miguel ) desse tempo – quase tudo. Do pós-punk do EP de estreia, movido, restam apenas umas cinzas ouvidas aqui e acolá…ouvidas como elementos de um complexo manto sonoro que é o dos Loosers de “For-All-The-Round-Suns” – poucas são as cinzas, mas estão lá.
É neste universo musical sem limites e inquietações – diferente e ainda mais desconcertante ao vivo – que a história do som dos Loosers se vai delineando, crescendo numa dinâmica sonora de construção-desconstrução-reconstrução da sua música – até como banda, pondo-se por fim, num prazer feito de tensões e distensões num presente rumo a um futuro incerto – a imprevisibilidade. Distorcidos, dissonantes, exploratórios, o mundo dos Loosers em “For-All-The-Round-Suns” é um mundo de múltiplas experiências feitas de múltiplas essências, de múltiplos estilos, de múltiplos múltiplos – do rock ao pós-punk quase sempre experimental e passando por muitos e variados locais, “For-All-The-Round-Suns” é LP com vida dentro. Faz sentido…
Das notas certas às notas soltas, os Loosers largaram em definitivo o entediante formato canção e lançaram-se agressivamente por caminhos mais estreitos na entrada mas muito mais largos na saída, mas largos para uma criativa evolução. Vivem-se tempos de exploração do nosso universo sonoro, tempos de uma exploração instrumental bem menos convencional, bem mais interessante. Todo o rock do mundo ou de uma certa modernidade étnica, alternativa, pára hoje em Lisboa e os Loosers estão na charneira – quer queiram, quer não…
O LP foi produzido por Vitor Rua e Pedro Alçada. O artwork é de Tetsunori Tawaraya.

Ouvir uma amostra de “Mafalala”