Hoje vou à festa…vou imaginá-la!
Ia a caminho do Sul – escaldado por este sol implacável – e ia a pensar que música deixaria este povo capaz até de esquecer o aumento do preço do petróleo. Ia a imaginá-la, meio a sério, meio a brincar, qual bruxo de trazer por casa. Que cartaz moveria multidões? – Não vale a pena exagerar; que cartaz deixaria este povo feliz, alegre, praticamente extasiado. Não foi difícil; a festa vai durar 8 dias .
Domingo, logo a abrir – na minha aldeia destinado aos artistas da concertina – seria ocupado pelo bigode de Quim Barreiros – quem mais poderia ser. Isto é que é começar em grande. A Segunda-feira, ainda dia de aquecimento, seria ocupado pelo mais underground dos cantores nacionais, o anti-artista João Pedro Pais. Ao rubro. Anjos à Terça; os dias não são já os mais luminosos, no entanto, acho que para uma Terça-feira estão muito bem. A meio da semana, o pop lindo dos EzSpecial; acho que ficaria muito bem, se entretanto se encontrar um furo na digressão. O fim de semana aproxima-se, com ele, a temperatura vai subindo, ainda mais, muito mais. Na Quinta-feira os D’Zrt (também pode ser a Floribella) com FF nos primeiros quinze minutos – o dia está ganho, de caras, como quase todos. Sexta-feira é dia de “Princesa”, porque não; Boss AC ocupa o palco levando a multidão à loucura. Este também não podia faltar. Sábado, o momento alto das festas com Tony Carreira (o filho Mikael trata dos primeiros quinze minutos). É o delírio – mesmo sem espaço para a orquestra. Domingo, a fechar as festas, vamos todos cantar a “Casinha” que está na hora. É dia de Xutos e Pontapés – braços ao ar, iupi.
Que festança…algumas não andam muito longe!

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.