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Com o novo “Pesar o Sol” (Sony Music, 2014) nos escaparates, a trompa fez algumas perguntas aos Capitão Fausto. Eles, responderam, claro.

Costuma-se dizer que o segundo álbum costuma ser um passo difícil de dar. Como aconteceu convosco? como decorreu o processo de criação e gravação deste novo disco?
Na verdade foi bastante simples. No ano em que lançámos o Gazela demos muitos concertos e foi logo no Verão de 2011 que, depois de termos ganho alguma maturidade no palco e encontrado mais o nosso som, gravámos o disco. A pressão foi por isso inexistente. O processo de criação foi bastante relaxado, e estivemos em Paredes de Coura a ensaiar e o disco foi composto em duas semanas. Um mês depois fomos para a Adega da Quinta de Sto.Amaro gravá-lo, com a ajuda Nuno Roque que tão bem conhecemos. Em primeiro lugar não existiram pressões por ser um segundo disco, e em segundo o facto de estarmos num ambiente fora da cidade e sem grandes obrigações deu-nos total liberdade para fazermos aquilo que nos ia nas cabeças.

De “Gazela” para “Pesar o Sol”, o som dos Capitão Fausto parece ter ganho uma outra complexidade nos arranjos. Concordam? Quais acham serem as principais diferenças de um disco para o outro.
Não somos as melhores pessoas para o fazer, mas se o Gazela era mais frenético e imediato, o Pesar o Sol é mais energético e contemplativo.

Poder-se-ia dizer que “Pesar o Sol” é um disco de Singles. Qual dos temas do disco acham sintetizar melhor o verdadeiro espírito do disco? E porquê?
Por acaso é curioso achares isso. Seria mais o Gazela um disco de Singles, cujas canções eram mais imediatas e com refrães mais directos. Mas na verdade, e mesmo sendo canções mais longas, o Pesar o Sol não deixa de ter uma componente mais pop. Talvez a que sintetiza melhor o espírito do disco seja a Nunca Faço Nem Metade, a primeira.

Que sensações esperam que as pessoa retirem da audição de “Pesar o Sol”?
Esperemos que as pessoas gostem. E que se sintam bem. Na verdade que se sintam como bem entenderem, ficamos contentes apenas por saber que ouvem e se interessam por aquilo que estamos a fazer. O disco é muito especial para nós, esperamos que com o tempo ganhe também esse adjetivo por parte de quem o ouviu.

Como vai ser o futuro próximo dos Capitão Fausto?
Queremos continuar a tocar pelo País, queremos continuar a gravar mais discos, sentimos que cada vez mais vamos ganhando a capacidade e eficiência para trabalhar mais e melhor. Acreditamos que em Portugal as bandas se fazem por carreira e não por este ou por aquele disco, e por isso vamos continuar a fazer aquilo que mais gostamos sem grandes preocupações.
Mais concretamente, já no dia 20 de Março vamos tocar no pequeno auditório do CCB. Queremos fazer uma digressão por clubes, como já fizemos em Dezembro, por Portugal. [OUVIR]

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.