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“Esta Alegria Nada a Pode Conter” (Amor Fúria, 2014); é este o título do novo disco dos Asterisco Cardinal Bomba Caveira. É deles a ‘curta’ de hoje:

Como nasceu o projecto Asterisco Cardinal Bomba Caveira?
A nossa banda nasceu há muito tempo, aí pelos anos de 2005, 2006 ou coisa assim. Estávamos no 7. e 8. ano, quando o Tomás e o Vasco decidiram que queriam ter uma banda. Depois foi chamar amigos para se juntar. Na altura, nem o Zé tinha tocado bateria nem o Pedro baixo. Depois a coisa foi avançando como é costume: primeiro umas versões, depois umas primeiras músicas originais. O engraçado foi que à nossa volta, amigos nossos e dos nossos irmãos mais velhos começaram a tornar as suas bandas mais sérias. Os exemplos mais conhecidos são o João Só e o Manuel Fúria. Isso misturado com muita coisa nova a aparecer, as pessoas a gostar de ouvir música em português, concertos em Lisboa a que íamos de bandas de amigos e de amigos de amigos, fez com que tivéssemos vontade de mostrar aquilo que fazíamos a mais pessoas. Daí veio o EP e é com esse espírito que também vem agora disco

O que move Asterisco Cardinal Bomba Caveira na música?
Duas coisas: gostarmos de tocar e de estar uns com os outros e percebermos que as pessoas querem ouvir musicas que fazemos.

Um adjectivo que caracterize a música de Asterisco Cardinal Bomba Caveira?
Selvagem.

Porquê o título de “Esta Alegria Nada a Pode Conter” para o novo disco?
O título é tirado de um texto muito bonito que um amigo nosso escreveu a dada altura. Quando estivemos a pensar no disco, a pensar na escolha de músicas e nessas coisas todas, vimos que esse texto, e em especial essa frase, diziam muito bem – e talvez melhor – aquilo que tentamos cantar e tocar no disco: há uma alegria por aí a que nos queremos agarrar, e que é tão grande, tão grande que não cabe dentro de nada. Na verdade, nem mesmo deste disco. Isso é engraçado: o título do disco é também uma espécie de aviso ao ouvinte “esta alegria acerca da qual cantamos, nem estas canções a podem conter”. Talvez possam mostrar um bocadinho. Isso já era bom.

Numa frase apenas, como caracterizam o novo disco?
É sobre uma alegria que nada pode conter.

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Se tivessem de escolher a faixa que melhor encarna o ‘espírito’ Asterisco Cardinal Bomba Caveira, qual escolheriam? Porquê?
É uma pergunta difícil, porque para nós o disco tem várias caras, nem que seja porque as músicas foram escritas em tempos diferentes. Mas talvez a razão porque escolhemos a “Primavera” como single, seja essa. Mas, nesta pergunta, acho difícil também não falar na “Estrada de Damasco”. É uma música de que gostamos muito, diz as coisas muito na cara e com força. Fala do encontro de duas personagens com uma alegria que nada pode conter.

Apontem duas razões para ouvir – e mesmo comprar – o vosso novo disco?
Pode ser só uma? Porque achamos que podem gostar de o ouvir. Nada mais. Se não achássemos, não o púnhamos nas lojas.

O que podem esperar as pessoas que forem ver Asterisco Cardinal Bomba Caveira ao vivo?
Podem esperar ver quatro tipos que gostam muito de tocar ao vivo a fazer uma coisa de que gostam muito. Podem esperar ouvir as nossas músicas de uma forma que achamos que é mais verdadeira. E esperemos, muita alegria.

Proponham um disco da música portuguesa que vos tenha agradado nos últimos tempos – o vosso não vale?
O disco dos Velhos.

Como vai ser o Verão de Asterisco Cardinal Bomba Caveira?
Vamos tocar dia 1 de Julho no Musicbox. Dia 29 de Julho numa festa da AMOR FÚRIA no Intendente e no dia 10 de Agosto no Meo SW. De resto, vai ser passado com as nossas famílias e amigos, entre estudo e férias. [OUVIR]

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.