Havendo novo disco de Guta Naki, “Perto Como” (Meifumado, 2014) de seu título, há também um bom motivo para saber mais qualquer coisa sobre as novas músicas. A vocalista Cátia Pereira respondeu à ‘curta’ d’a trompa.
Como nasceu o projecto Guta Naki?
Desde a escola secundária que fomos tendo bandas, Guta Naki é a banda que fizemos já na fase adulta. Nasceu na sequência de já termos feito música juntos, mas marcou algumas mudanças, um dos requisitos iniciais era explorarmos a componente de programação electrónica, queríamos que o computador nos ajudasse a criar ambientes diferentes de música para música. Guta Naki nasceu com a vontade de experimentar quase tudo.
O que vos move na música?
O uso do verbo “mover” neste contexto é sempre curioso, o que nos faz mover, o porquê de andar. Muita da vontade de fazer música tem a ver com isso, ir, criar lugares, com a particularidade de serem espaços sem espaço, mas são lugares, movemo-nos e somos levados.
Um adjectivo que caracterize a música dos Guta Naki?
Pode ser uma caracterização mais substantiva? Desejo.
Porquê o título “Perto Como” para o novo disco?
É um nome que, de alguma forma, pode traduzir o processo de composição do disco, exercícios de aproximação, criar modos de reduzir as distâncias, como fazer o perto, tanto em termos de aproximações a determinados géneros musicais, como a certos estados emocionais.
Numa frase apenas, como caracterizam o novo disco?
Em duas frases, é um processo de rendição ao afecto, rendição ao improvável, o exercício será despadronizar o coração. Este disco quer ser para as distâncias um trampolim, fura o espaço e o tempo, e no salto, na volta da cabriola, por quem me tomam? O que eu quero é o encontro.
Foto: Joana Areal
Se tivessem de escolher a faixa que melhor encarna o ‘espírito’ Guta Naki, qual escolheriam? Porquê?
É provável que cada um de nós escolha uma canção diferente, e que cada um, amanhã, já escolha outra.
Neste momento, acho que escolheria “O Homem que Dança”, não temos nenhuma música parecida a esta, ela marca um caminho que ainda não tínhamos experimentado até aqui. Para encarnar o espírito nada melhor que uma dança.
Apontem duas razões para ouvir – e mesmo comprar – o vosso novo disco?
Uma razão pode ser a razão pela qual editámos o disco, acreditamos que é bom.
Outra razão é que nestas coisas da música a razão não deve contar muito, ouçam pelo impulso, se vos tocar tocou, se não tocar ouçam outra vez.
O que podem esperar as pessoas que forem ver Guta Naki ao vivo?
Podem esperar que ao vivo é tudo ainda muito melhor.
Proponham um disco da música portuguesa que vos tenha agradado nos últimos tempos.
Mogul de Jade do Norberto Lobo e do João Lobo.
Como vai ser o Verão de Guta Naki?
Agosto vai ser cheio de concertos, vai ser bom! [OUVIR]