a_trompa: Quem são os Micro Audio Waves e para onde vão?
Os MAW são um bicho de três cabeças que se completam e se entendem na perfeição. Para onde vamos? Não sabemos, pois não fazemos planos para o minuto seguinte quanto mais para o futuro longínquo! Enquanto tivermos prazer em estar juntos havemos de continuar… ainda vamos fazer para aí mais uns 20 discos!
a_trompa: O que mudou na banda em termos de atitude, do “Micro Audio Waves” de 2002 para o “Odd Size Baggage” de 2007?
O primeiro disco foi ainda feito a dois e era um trabalho de exploração, de laboratório, uma espécie de tese sonora. O “No Waves” marca a entrada da Cláudia no projecto e é um disco de descoberta. Naturalmente as coisas mudaram pois tínhamos uma voz. A electrónica ficou menos dura e a experimentação ganhou um carácter mais humano. É um disco muito espontâneo e que nos surpreendeu inclusive a nós próprios! O “Odd Size Baggage” surge após dois anos em que demos mais de cem concertos em Portugal e no estrangeiro, numa fase em que já nos conhecíamos bem melhor… é um disco de evolução.
a_trompa: O “Odd Size Baggage” parece em parte dar continuidade ao disco anterior, o “No Waves”; Concordam? Numa frase, como caracterizam este novo disco?
Sim, é um disco de continuidade, mas onde alargámos um bocado os nossos horizontes musicais. “Odd Size Baggage” é um disco mais elaborado, musicalmente mais evoluído, mais rico em termos harmónicos. Mas defini-lo numa frase é impossível… é como querer entendê-lo com apenas uma ou duas audições. Podes ouvi-lo dezenas de vezes e estás sempre a descobrir coisas novas!
a_trompa: O que esperam que as pessoas retirem da audição de “Odd Size Baggage”?
Como referi, é um disco que precisa de ser ouvido com atenção e que não se esgota ao fim de um par de audições. Tem momentos lúdicos, outros mais emocionais, tem arranjos impensáveis, soluções surpreendentes… a julgar pelas reacções das pessoas que têm o disco esse conteúdo tem sido absorvido.
a_trompa: Os Micro Audio Waves estiveram este ano no Super Bock Super Rock; como correu essa experiência?
Foi óptimo! Temos tocado ao vivo com uma secção rítmica humana (o Francisco Rebelo no baixo e o Fred na bateria) e isso permite-nos tirar melhor proveito de palcos grandes, como foi o caso do SBSR. As músicas ganham maior dinâmica e energia e ao vivo isso é muito importante. A reacção das pessoas foi muito boa e a crítica também elogiou… por isso ficámos contentes!
a_trompa: Tanto os Qwartz Awards que receberam como a referência no programa do saudoso John Peel, são exemplos de algum reconhecimento internacional; este reconhecimento trouxe-vos mais oportunidades?
Tem sido uma espécie de reacção em cadeia. Tocámos no Sónar em Barcelona, estava lá o John Peel que nos deu grande destaque na BBC Radio One. Por causa disso, fomos tocar ao Point Éphémère em Paris… aí estava um dos organizadores dos Qwartz Awards, que nos convidou a concorrer aos prémios e ganhámos o melhor álbum e o melhor vídeo. Depois, tocámos no festival Europavox em França e estava lá um produtor da Rádio_FM da Eslováquia que nos adorou e meses depois estávamos a tocar em Bratislava e em Praga… esperemos que continue assim.
a_trompa: O que nos reserva o futuro dos Micro Audio Waves?
Para já vamos apresentar este novo disco ao maior número de pessoas possível. Depois logo se vê…
Ouvir alguns sons de “Odd Size Baggage”.
Electrónica
http://www.microaudiowaves.com/