EN – Em que é que os Ena Pá 2000 vieram inovar e fazer a diferença?
MJV – Acho que não fizemos diferença absolutamente nenhuma. Em termos musicais não fizemos qualquer diferença. Fazemos aquilo que nos apetece e, sobretudo, bebemos uns copos. Acho que uma das grandes diferenças é que fomos os primeiros a embebedarmo-nos tanto em palco. De resto, não temos qualquer novidade, mantemos uma tradição galaico-portuguesa dentro de um certo humor satírico, uma tradição que vem desde a Idade Média”
Mais à frente volta a uma idea sempre interessante e já aqui ventilada há dias, de certa forma…
EN – E em relação ao actual cenário do país, considera que a retoma está à vista? E que a superação da crise vai acontecer a curto prazo?
MJV – Considero que estes movimentos de retoma e de afundamento são cíclicos. Enquanto não houver uma mudança estrutural – que nunca vai haver na sociedade portuguesa – no que diz respeito à cultura, não se pode esperar muito em termos económicos deste país. Acho que a cultura e a economia estão mais ligados do que as pessoas pensam.”
(Entre Nós, nº9, pág.12 a 17)
O que é que se passa com este homem?