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No Verão com Concealment

Rui DinisRui Dinis

Phenamisk” (Major Label Industries, 2011) é o segundo álbum de originais dos sintrenses Concealment; e que álbum. Pois bem, os Concealment estão hoje no “No Verão com…”; Filipe Correia (guitarra e voz) respondeu ao nosso desafio.

Porquê e como nasceu o nome Concealment?
O nome Concealment nasce de uma busca incansável, lembro-me que tínhamos listas de nomes, e à medida que íamos adoptando um nome, não levava uma semana até que descobríssemos que esse nome já estava tomado. Certo dia lembro-me de estar a ouvir o “Deception Ignored”, dos germânicos “Death Row”, e como estava a adorar o primeiro tema do disco resolvi pegar no vinil e tirar as letras para ler. Foi quando me deparei com o nome do tema “events in concealment”. A palavra “concealment” saltou logo à vista e suscitou-me interesse em saber o seu significado, então resolvi pesquisar mais sobre a mesma e depois de traduzida pensei: “- É mesmo o que andamos à procura!”. Andei a vasculhar e a perguntar ao pessoal se conheciam alguma banda com o mesmo nome e todos encolheram os ombros. Desde então assim ficou intitulada a banda.

O que move os Concealment?
Muitas coisas, por vezes penso que “Concealment” é como uma máquina que se movimenta sozinha, eu até costumo dizer, em tom de brincadeira, que por vezes até parece que a banda tem vida própria e nós os três só temos de estar na sala de ensaios para executar este processo alienígena. Mas voltando à questão, a razão que nos move é forte e simples, por exemplo o facto de esta sonoridade não possuir barreiras criativas ou expressivas. Isto, sem dúvida, faz com que tenhamos sempre vontade de continuar a compor, gravar e progredir dentro deste nosso universo. E isso é arte, basicamente o que nos move é o amor á arte.

Um adjectivo que vos caracterize como banda?
Bizarro.

Numa frase apenas, como caracterizam o novo disco?
“Phenakism” é perturbador e nada aconselhado a pessoas impressionáveis.

Se tivessem de escolher a faixa que melhor encarna o ‘espírito’ dos Concealment, qual escolheriam? E porquê?
Não é uma pergunta nada fácil, mas creio que a “Hamartia” ou a “Deluge” possuem todos os condimentos necessários para caracterizar o espírito de “Concealment”, isto porque mantém um estilo de estrutura musical, tanto na parte harmónica como rítmica que possui alguns antecedentes no percurso da banda.

Apontem duas razões para ouvir – quiçá comprar – o vosso novo disco?
Penso que existem várias razões para se adquirir este disco, embora seja suspeito para falar, creio que seja uma agradável surpresa para os apreciadores e música extrema e vanguardista, “ Phenakism” oferece vários tipos de textura e cor, e não se limita a ser mais um álbum que foi feito “over and over again”. O “Phenakism” é um desafio para o seu ouvinte e possui é a sua parte interactiva, fazer com que as pessoas se questionem sobre as densas camadas apresentadas no disco, e isso é bom e recomendável.

Querem propor um disco da música portuguesa que vos tenha agradado nos últimos tempos – o vosso não vale?
Proponho o último disco de metal Português que ouvi, que foi o novo de Grog, “Scooping the Cranial Insides”. Está devastador, simplesmente genial e aconselho vivamente!

Para os Concealment a Internet é…
A Internet é uma boa via de promoção para os “Concealment”. Por exemplo, os “downloads” ilegais que existem do “Phenakism” são uma boa maneira de proliferar o nome da banda e obter vendas vindas de todo mundo. Já ocorreu alguém do outro lado do planeta ter gostado tanto do álbum que fez questão de comprar o original. Para muitos a internet é um prego no caixão, para mim é um parafuso na engrenagem do futuro da indústria discográfica. O “download” ilegal é uma realidade e ou aprendemos a viver com ela, ou vivemos em conflito com a mesma. Optei por encará-la como um veículo, um meio de expansão do nome da banda.

Há quem insista que o rock morreu.Morreu, ou não?
Garantidamente o “Rock” é como as baratas, nem com um holocausto nuclear ele desaparece, lol. Como sabemos também tem as suas fases, existem alturas em que sobe sem parar, por sua vez existem alturas em que vai por ai a abaixo sem parar, e esse aspecto cíclico tem vindo acompanhar a vida do Rock n´Roll desde sempre. Por isso quem afirma que o Rock morreu só está apenas distraído. O “Rock” é imortal e intemporal.

Como vai ser o resto do Verão para os Concealment?
Vamos continuar a promover o “Phenakism”, mas sem grande stress, pois de momento neste país anda tudo “a conta gotas”, e os “Concealment” vão acompanhar o ritmo natural das coisas. Acabámos de gravar o nosso primeiro “videoclip”, que estará disponível no inicio do Outono.

Ouvir Concealment

foto de Concealment

| DEATH-METAL |
www.facebook.com/concealmentband
www.majorlabelindustries.com

Rui Dinis
Author

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.