Apeteceu-me voltar a Guilherme Canhão…não sei se pela melancolia, se pelo frio da noite, apeteceu-me regressar a “86”. Não sei se enfeitiçado por algumas daquelas estruturas circulares, se por aquela guitarra perdida, se pela companhia a espaços da bateria, se pela imagem do horizonte longínquo. Apeteceu-me.
Guilherme Canhão é uma das tenazes dos Lobster, qual cavalgada eléctrica e cortante, aqui, em paz. Aqui, são apenas nove canções, instrumentais marcados por uma ideia visual forte, ambientais, capazes de nos fazer recostar e pensar apenas: vai-te embora saudade. Dizia há tempos que “86” é um disco de impressões, digo hoje que é também a marca indelével do fim da jornada, quando a noite se prepara como que para apagar a memória do dia. Quase sempre assim. Quase.
São as cores da intimidade de Guilherme; cores sensíveis, simples, como as que alimentam a luz e a escuridão dos dias e das noites. São assim, simples.
Apeteceu-me, apenas…

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capa de 86
“86” – Guilherme Canhão (Merzbau, 2006)

tipo Alternativo
sítio merzbau-label.org
loja Comprar versão física:www.loversandlollypops.cjb.net

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.

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