Titânica tarefa esta à qual vou responder hoje ainda que com parcas palavras.
Às vezes algo esquecidos por aqui ( ou não tanto), decidi hoje pegar em alguns dos discos de 2004 e 2005 mais interessantes na área do jazz, do mais clássico…felizmente há alguns mais, mas ou por já ter falado deles ou por não os conhecer, obviamente ficaram de fora.
O resultado, esse, é visível, seis discos tão diferentes (ou nem por isso), seis discos tão iguais…em qualidade.
Às vezes algo esquecidos por aqui ( ou não tanto), decidi hoje pegar em alguns dos discos de 2004 e 2005 mais interessantes na área do jazz, do mais clássico…felizmente há alguns mais, mas ou por já ter falado deles ou por não os conhecer, obviamente ficaram de fora.
O resultado, esse, é visível, seis discos tão diferentes (ou nem por isso), seis discos tão iguais…em qualidade.
“Indigo” – Bernardo Sasseti (2004/Clean Feed)
Não é fácil falar profundamente deste disco. Bastar-me-ia sentar, encostar-me e sonhar. Seria certamente pouco original se referisse a genialidade de Bernardo Sasseti, mais mesmo assim, vou ser pouco original; não poderia deixar de o ser. Não é o disco de todas as horas e de todos os momentos é apenas “o disco”, momento único de expressão artística incontrolável, infindável, esmagadora. A magia que brota da fusão do homem e do seu piano é somente assustadora, deliciosa, feita de sensações, sentimentos de todos os tipos, mas sentimentos bons. O melhor da lista, sem dúvida.
“Tuba Guitarra & Bateria” – TGB (2004/Clean Feed)
Não vou inventar muito, é um disco que gosto e ponto final. Seria à partida para mim muito difícil não gostar de um disco que junta uma tuba, uma bateria e uma guitarra. Por nada em especial, pelo conjunto. Acima de tudo seria muito difícil para mim não gostar de um trio que junta Mário Delgado na guitarra, Sérgio Carolino na tuba e Alexandre Frazão na bateria. Pois é.
Depois de Carlos Barretto (em 2004) e Bernardo Sassetti (em 2003), foi a vez dos TGB arrebatarem o Prémio Carlos Paredes 2005, exactamente com o disco em questão. O domínio, o improviso, a criatividade são pontos fortes de um disco necessariamente impossível de ignorar.
Depois de Carlos Barretto (em 2004) e Bernardo Sassetti (em 2003), foi a vez dos TGB arrebatarem o Prémio Carlos Paredes 2005, exactamente com o disco em questão. O domínio, o improviso, a criatividade são pontos fortes de um disco necessariamente impossível de ignorar.
“Joel Xavier & Ron Carter, In New York” – Joel Xavier & Ron Carter (2004/JXP).
Exercício fascinante este, ao som do mágico contrabaixo de Ron Carter.
Gravado em 24 de Setembro de 2004 em Manhattan, “Joel Xavier & Ron Carter, In New York”, relata o feliz encontro da inspiração de dois homens. Da beleza transpirada por aquela simples e singela dupla de cordas, contrabaixo e guitarra, nasce a aliança que nos transporta para um espaço nem sempre muito determinado, mas para um espaço que é também nosso. Nosso e de todos. Temas conhecidos, instrumentais, sempre geniais.
Gravado em 24 de Setembro de 2004 em Manhattan, “Joel Xavier & Ron Carter, In New York”, relata o feliz encontro da inspiração de dois homens. Da beleza transpirada por aquela simples e singela dupla de cordas, contrabaixo e guitarra, nasce a aliança que nos transporta para um espaço nem sempre muito determinado, mas para um espaço que é também nosso. Nosso e de todos. Temas conhecidos, instrumentais, sempre geniais.
Há muita coisa de Joel Xavier para ouvir por AQUI
“Tralha” – Maria João & Mário Laginha (2004/Universal)
Entre sons, coisas e outros motivos, juntamente com algum do classicismo do piano de Mário Laginha, chega-nos esta “Tralha”. E que bem que ela nos chega.
Factor comum em quase todos os músicos referidos neste post, é que dificilmente conseguirão criar algo de pouco interessante, pouco estimulante, vazio e sem razão. Naturalmente Maria João e Mário Laginha pertencem a essa classe. Em “Tralha”, não tão electrónico como estava planeado de início, revemos uma Maria João em rápida e ténue viagem pelos quatro cantos do mundo. Não é um disco tipicamente jazz, pop ou outra coisa qualquer, é antes de tudo um disco global e globalizante. É uma obra completa, marcada pelo regresso do duo aos originais. Excelentes músicos dão corpo a esta “Tralha” e a voz de Maria João…gigante.
Factor comum em quase todos os músicos referidos neste post, é que dificilmente conseguirão criar algo de pouco interessante, pouco estimulante, vazio e sem razão. Naturalmente Maria João e Mário Laginha pertencem a essa classe. Em “Tralha”, não tão electrónico como estava planeado de início, revemos uma Maria João em rápida e ténue viagem pelos quatro cantos do mundo. Não é um disco tipicamente jazz, pop ou outra coisa qualquer, é antes de tudo um disco global e globalizante. É uma obra completa, marcada pelo regresso do duo aos originais. Excelentes músicos dão corpo a esta “Tralha” e a voz de Maria João…gigante.
Na secção discografia, há trechos de “Tralha” para ouvir.
“Taksi Trio” – Hugo Alves (2005/Ed.Autor)
De Lagos para o mundo, de trompete ou fliscorne debaixo do braço, Hugo Alves é mais uma prova da extraordinária vitalidade do jazz feito em Portugal. Neste “Taksi Trio”, acompanhado por Jorge Moniz (bateria) e Zé Eduardo (contrabaixo), Hugo Alves insiste com sucesso na composição de originais, onde cada vez mais o estabelecido, tocado e testado, se enreda fortemente e cada vez com maior sucesso num estética de improvisação bastante interessante.
Jazz livre…sem amarras.
Jazz livre…sem amarras.
“Nine Stories” – Nélson Cascais (2005/Tone of a Pitch Records).
Em novo brilhante exercicío estético…ao ritmo do contrabaixo.
Nascido em 1973 em Lisboa, Nélson Cascais é mais um jovem a marcar pontos (e muitos) no campo do jazz em Portugal. Aluno e professor na Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal, Nélson Cascais fez-se acompanhar neste disco de um leque de grande músicos: Pedro Moreira (saxofones), André Fernandes (guitarras), Jesse Chandler (piano e teclados) e Bruno Pedroso (bateria). O resultado é o previsível, depois de “Ciclope”, primeiro disco do contrabaixista, este “Nine Stories” confirma o brilhante trajecto musical de Nélson Cascais.
Nascido em 1973 em Lisboa, Nélson Cascais é mais um jovem a marcar pontos (e muitos) no campo do jazz em Portugal. Aluno e professor na Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal, Nélson Cascais fez-se acompanhar neste disco de um leque de grande músicos: Pedro Moreira (saxofones), André Fernandes (guitarras), Jesse Chandler (piano e teclados) e Bruno Pedroso (bateria). O resultado é o previsível, depois de “Ciclope”, primeiro disco do contrabaixista, este “Nine Stories” confirma o brilhante trajecto musical de Nélson Cascais.
Ouvir o tema “Ciclope” de Nélson Cascais