“Galapagos” é coisa de uma delicadeza pop única. Coisa de uma frescura às vezes retro absolutamente deliciosa. Delicada delícia; é isso, para início de conversa parece-me muito bem. Tão bem como a velocidade com que as 11 faixas de “Galapagos” se esgotam. E isso é bom. Muito bom.
Depois de uma presença no “Novos Talentos Fnac em 2008” e da edição do EP “Aurora” pela Optimus Discos em 2009, “Galapagos” surge como a síntese de tudo aquilo que os Madame Godard vêm vivendo desde finais da década de 90. Sem desistir. Uma vivência feita de várias geografias, como se de uma viagem sem destino se tratasse. É uma viagem de puro prazer, de Norte a Sul, aproveitando toda a sua riqueza instrumental. É o que fazem Juvenal Vieira (voz e theremin), Pedro Amaro (guitarras, banjo, trompete e coros), Paulo Oliveira (teclados, violino e theremin), Paulo Gonçalves (baixo e coros) e José Ribeiro (bateria). E fazem-no de uma forma leve e arejada, como se o calendário tivesse parado na Primavera. Haja sol, haja luz, até as “Spanish Bombs” dos Clash parecem chegadas de outro planeta. Excelente.
É assim, de Viana do Castelo com muito carinho.
“Galapagos” – Madame Godard (Femme Fatale, 2010)
01 Steve Zissou
02 Love Is Poker
03 Madame Fatale
04 Sa(d)fari
05 Carrousel
06 Atlas 1977
07 Hardly Alone
08 Spanish Bombs
09 Ok For Ko
10 Plenty Of Empty
11 Au Revoir Tristesse
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