cornerstone

É um belo disco e merece de todos a maior atenção. A trompa fez algumas perguntas aos Brass Wires Orchestra sobre o seu novo “Cornerstone”:

Porquê “Cornerstone” para título do álbum? O que esperam erigir com esta primeira pedra?
Nós sempre olhámos para BWO como um projecto a longo prazo portanto achámos que o simbolismo da palavra era adequado para este primeiro trabalho, esperamos com ele erigir um primeiro piso de uma catedral para dar seguimento à analogia.

O disco foi gravado nos Black Sheep Studios pelos óbvios Makoto Yagyu e Fábio Jevelim. Como decorreu esse processo e que papel tiveram no resultado final que se ouve em “Cornerstone”?
Tanto o Fábio como o Makoto tiveram um papel importante na fase final do disco. Ajudaram-nos com a sua triagem de bom gosto. Eles, que são mais experientes nestas andanças, chamaram-nos à razão sempre que foi necessário para que saísse um trabalho bonito. Facto era que nós, como já tocávamos esses temas há bastante tempo, tínhamos ideias fixas sobre como as queríamos gravar e eles os dois, com os seus ouvidos fresquinhos, obrigaram-nos a repensar arranjos e melodias.

Na vossa nota de imprensa lê-se que “deram início ao revivalismo do folk de autoria nacional”. Que revivalismo folk é este?
O revivalismo folk surge na imprensa há algum tempo e refere-se à nova vaga de artistas que trouxeram o folk de novo à rua. Nós sentimos que aparecemos numa altura em que as pessoas sentiam falta de um projecto nacional com estes moldes.

Com cerca de 3 anos de existência já marcaram presença em palcos internacionais e editaram um álbum muito bem recebido pela generalidade da crítica. Surpreendeu-vos o ponto a que chegaram tão rapidamente? Porquê?
Surpreendeu-nos no início. Talvez no primeiro ano. Mas depois as coisas acabaram por se equilibrar e o tempo que demorou para o Cornerstone sair deu-nos esse primeiro dissabor de como as coisas nem sempre correm como queremos e na altura que queremos. Tornou-nos, de certa forma, mais humildes.

Considerando o actual panorama musical enquanto indústria, continua mesmo a fazer sentido editar discos?
Um disco hoje em dia é um artigo de coleção, que só mesmo os fãs fazem questão de ter. O formato físico terá sempre um sabor mais autêntico e aproxima o fã do músico.

As palavras ainda contam? o que pretendem transmitir com as vossas letras?
As nossas letras falam de histórias que aconteceram ou não e cada uma com a sua moral particular.
Mas temos bastante cuidado com a nossa escrita. Já que estamos a escrever em Inglês, mais vale ser bem feito.

Dia 11 de Outubro há concerto no Texas Bar, em Leiria, o que podem esperar as pessoas que vos forem ver ao vivo?
Um concerto cheio de energia, com os temas do Cornerstone a serem indubitavelmente tocados como também alguns temas novos que farão, esperamos nós, parte de outro disco.

Para além do concerto de dia 11, como vai ser o futuro próximo dos Brass Wires Orchestra?
Agora espera-nos a promoção deste disco. Estamos a organizar uma tourné nacional de Inverno, onde tocaremos em várias salas pelo país. É claro que o processo de composição não pára e portanto é de esperar também mais temas novos. [OUVIR]

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.