Chama-se “Hasta la Vista” (Road Discos, 2014) e é o álbum de estreia de Sax on the Road, um projecto de António Ramos – Torré (saxofone, teclados, groove-box e percussões electrónicas). Eis as respostas, quase sempre em torno de “Hasta la Vista”.
Como nasceu o projecto Sax on the Road?
Surgiu em Março de 2008, fruto de algumas experiências a solo na sala de ensaio, com pequenos teclados, uma groove-box, uma loop station e o saxofone-tenor. Em poucos meses foi criado um conjunto de temas gravados com um pequeno gravador portátil e colocados no myspace, tendo o projecto ficado em standby, uma vez que eu andava envolvido com outros. Em Junho de 2010 apareceu um convite para tocar no espaço da Galeria Municipal do Barreiro no evento organizado pela OUT.RA – Associação Cultural, promovendo uma ocupação artística. Mais tarde foram feitas algumas actuações no Botequim da Graça e Bar On Stage, Lisboa.
Em Junho de 2013 começou a ser gravado o disco com base nas demos que já existiam. À partida, não foi definido nenhum género musical, os temas foram construídos gradualmente, a partir da sobreposição de camadas de sons em loop, criando assim diferentes paisagens sonoras para um saxofone solitário, inspiradas em músicas e ambientes de outras latitudes, viagens no terreno e no sofá, nos livros e no cinema, acima de tudo na experiência musical acumulada ao longo dos anos, através da participação em diferentes projectos musicais, por vezes muito díspares, que vão da música filarmónica até ao rock passando pelo experimental, alternativo, spokenword, como: Banda Musical e Artística da Charneca, Orquestr’Up da SFUP, Coty Cream, Perve, New Connection, Os Cactos, Poetry Sux e os Tapete.
O que move Sax on the Road na música?
No início de uma forma inconsciente e mais tarde com o desenrolar do processo já de uma forma consciente o prazer de transformar viagens imaginárias ou viagens reais em temas musicais e tocar ao vivo levando a música às pessoas nos mais diversos lugares, explorar o facto de este projecto ser muito portátil e camaleónico.
Um adjectivo que caracterize a música de Sax on the Road?
Sonhador.
Porquê o título de “Hasta la Vista” para o novo disco?
O conceito do projecto tem a ver com viagem e uso muitas vezes esta forma para me despedir, como tal achei que fazia sentido. Por outro lado queria que houvesse mistura de línguas quer a nível dos títulos das músicas, como do projecto e do próprio título do disco, esbater fronteiras que são criações artificiais.
Numa frase apenas, como caracterizas o novo disco?
Um disco que reúne um conjunto de dez viagens musicais em que cada tema tem uma geografia própria, refletindo um desejo de liberdade sem fronteiras criativas e geográficas.
Se tivesses de escolher a faixa que melhor encarna o ‘espírito’ Sax on the Road, qual escolherias? Porquê?
O Cacau, por um lado é uma homenagem a São Tomé e Príncipe onde estive em 2013 a fazer uma residência artística que me veio dar uma grande motivação para avançar com este projecto, estava há algum tempo na gaveta, por outro lado reflecte a essência do projecto, um saxofone meu jazzy com percussões e uns teclados muito simples e etéreos.
Aponta duas razões para ouvir – e mesmo comprar – o teu novo disco?
Transmite uma sensação de paz e de liberdade, faz-nos viajar mentalmente ou sair porta fora e fazermo-nos à estrada.
O que podem esperar as pessoas que forem ver Sax on the Road ao vivo?
Embarcar numa viagem calma e tranquila por diferentes latitudes ouvindo os sons da natureza e da urbe durante cerca de cinquenta minutos, viagem essa que pode ser numa esplanada ao fim do dia num jardim, ou num bar em que a música é complementada com belas projecções/ilustrações do autor da capa do disco José Smith Vargas.
Propõe um disco da música portuguesa que te tenha agradado nos últimos tempos – o teu não vale?
Os Dead Combo, A bunch of meninos.
Como vai ser o Verão de Sax on the Road?
O disco foi lançado em Março, tenho andado a fazer calmamente a divulgação, é um projecto novo, precisa de tempo, estou numa fase de “espalhar a notícia”. A pouco e pouco vão surgindo as datas de concerto nos mais diversos ambientes e contextos.
Datas: 21 de Junho, Atelier Bombarda, Lisboa; 27 de Junho, Bar Primeiro Andar, Lisboa; 28 de Junho, Open Night Infantado, Loures; 12 de Julho, Elementos à solta-Cerdeira, Lousã; 19 de Julho, Feira do Associativismo, Loures; 20 de Julho, Esplanada da Mata, Lisboa; 30 de Agosto, ZigurFest, Lamego. [DOWNLOAD LEGAL]