Qual camaleão, cobra de pele mudada, os Ölga de 2009 são uma surpresa. Agradável para uns, talvez desagradável para outros, para muitos, estão apenas diferentes. “La Résistance” significa uma outra forma de pensar a música. Talvez fruto de uma evolução natural, resultado de um processo maturativo muito próprio, os Ölga de “Ö” (Bor Land, 2004) e “What Is” (Bor Land, 2005) vivem hoje numa outra onda. E isso parece claro.
“La Résistance” é um disco de detalhes; pequenos; genuínos. Na verdade, não se perde a intensidade de outros tempos, muito pelo contrário, ela é hoje muito mais focada, mais fina. Os Ölga de hoje estão longe da diversão experimental e improvisada de outros tempos, da imagética sónica, da poesia puramente instrumental. Os Ölga de hoje, alternativos como sempre, centram-se essencialmente num psicadelismo floreado, pura filigrana sonora, revivalista, onde a voz e a palavra ganham um peso nunca antes observado. Votaram-se às canções. Seguiram outro caminho. Apenas. De outra forma, Diogo Luiz (bateria), João Hipólito (baixo, guitarra e vozes) e João Teotónio (guitarra, teclados e voz) estão mais convencionais mas igualmente intensos e interessantes.
Do ido apelo aos sentidos ao actual apelo à alma. É assim “Lá Résistance”.
“La Résistance” – Ölga (Skinpin Records, 2009)
01 Elephants
02 It’s Alright
03 Last Call
04 Neon
05 Mirror Bowling
06 Take Us All
07 Blue Poem
08 Kiss The Fall
09 Magic Room
10 Miss Booty
11 Ben Hur
[…] de uma certa viragem sentida com “La Résistance” (Skinpin Records, 2009) – primeiro de uma trilogia continuada com este […]