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Milhões de Festa num flash, com o programador Joaquim Durães

Rui DinisRui Dinis

milhoes2014

Com a edição de 2014 do Milhões de Festa quase aí a estourar, a trompa aplicou uma flash interview a Joaquim Durães, programador do MdF.

Com uma posição cada vez mais cimentada no calendário dos festivas de Verão em Portugal, está aí mais uma grande edição do Milhões de Festa. Em termos mais gerais, que novidades se podem encontrar nesta edição de 2014 do MdF?
Durante todos estes anos de envolvimento com Barcelos, o Milhões de Festa tem desenvolvido uma relação de confiança com a cidade e esta apropriação caminha cada vez mais rapidamente para uma relação de osmose para com a localidade e seus habitantes. Mantemos as estruturas e a forma de pensar o festival dos outros anos com dois palcos a funcionar durante a tarde, um dedicado aos mergulhos para a piscina e outro às iguarias gastronómicas do Minho e dois a funcionar durante a noite, que nos trazem os nomes mais reputados e as nossas apostas; aqueles artistas e concertos que perdurarão na memória dos presentes. Este ano, abrimos também as portas a uma série de curadorias que passam desde o assalto do Red Bull City Gang à piscina como de outras editoras e promotoras que nos são próximas: a SWR (curadores residentes), a Desmonta Discos (Brasil), a Matapadre (Galiza), a Baba Yaga’s Hut (Reino Unido) e o Monkeyweek (Espanha). Temos os olhos colocados no mundo, mas também, e com muito orgulho, no que se faz localmente. Poucos ou nenhuns festivais podem orgulhar-se de, ano após ano, apresentar uma colheita local como o Milhões e este ano não é excepção.

No que toca à música portuguesa, uma parte sempre muito importante do cartaz do MdF, que concertos gostarias de destacar?
Obviamente, como referi acima, a produção barcelense sempre teve espaço no alinhamento do festival. São essas bandas e esse formigueiro cultural que fazem do festival um acontecimento diferente. É óptimo contar com bandas da cidade quando elas representam algo de bastante importante para a produção nacional, como é o caso dos Glockenwise, dos Dear Telephone ou de novas promessas, como Killimanjaro, Solar Corona ou Duquesa. Para além disso, reunimos uma série de bandas nacionais que admiramos e que terão destaque no festival e não funcionarão, como muitas vezes acontece, de tapa buracos. Finalmente, abrimos as portas do castelo de Barcelos e o “pontapé de saída” oficial do Milhões acontecerá na quinta-feira, às 18h, com o Ensemble Insano, colectivo de 17 músicos barcelenses, de diferentes idades, backgrounds e sonoridades que protagonizarão trinta minutos inéditos e irrepetíveis de concerto sem rede.

E em termos de expectativas? Não em só termos de objectivos do festival mas também no que toca à reacção do público. O que esperam desta edição de 2014?
O caminho do Milhões de Festa tem sido feito com os pés assentes no chão. Somos um festival independente, pensado para uma franja de público e apostados em providenciar uma perspectival global de uma série de músicas e músicos que achamos que valem a pena ser descobertos. Este ano não é excepção e avança ainda mais para essa pluralidade sonora através das curadorias, mas também através de uma série de artistas e bandas que se têm revelado do mais refrescante que se tem visto. Nomes como os Boogarins (Brasil), os Jagwa Music (Tânzania), o Mdou Moctar (Niger), os Jambinai (Coreia do Sul), os Frikstailers (Argentina) ou os Lay Llamas (Itáila), que fogem ao eixo anglo saxónico do mainstream e que não perdem, de forma alguma, em qualidade. Antes pelo contrário! Estes e outros, juntamente com bandas de culto como os Earthless, os High On Fire, a Chelsea Wolfe e a produção nacional e local cada vez mais relevante, fazem-nos crer que os quatro dias passados em Barcelos serão de constante surpresa e descoberta.

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Rui Dinis
Author

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.