Parem as máquinas, sentem-se e tentem sentir porque será, talvez, o álbum “Mighty Sounds Pristine” dos lisboetas Bypass (Bruno Coelho, Eduardo Raon, Miguel Menezes e Rui Dias + Tiago Gomes e Joaquim de Brito) um dos melhores discos de 2006. Há discos bons; há discos criados com alma, mas há também discos muitos bons tamanha a alma que os preenche; “Mighty Sounds Pristine” não engana, “Mighty Sounds Pristine” vicia. Não esperem a facilidade nem a absoluta normalidade nesta audição rock…polida…muito bem polida.
Não sou o único! acredito eu. É quase certo que serei apenas mais um dos que aguardava ansiosamente pela estreia dos Bypass em registos mais longos. Não serei, certamente, o único sequioso após a audição do EP homónimo de 2002; expectante, após a participação há meses no Festival “Um Dia A Caixa Vem Abaixo” – pese embora as fracas condições de som. O embate foi mais que sufiente.
Comece-se pelo fim: “Mighty Sounds Pristine” é registo coeso, coerente, adulto, cravado de personalidade e maturidade; tudo é pensado com conta, peso e medida, saltando a ideia de tudo estar onde deveria estar. Na mesma linha, ressalte-se a minúcia, o cuidado, a consistência com que o grupo arranja cada tema, pulverizando-o dos pequenos pormenores que lhe pintam a face e lhe enchem o corpo, de vida. Pequenos pormenores; o sobressalto, os ruídos, os sons animados pelos múltiplos instrumentos superiomente experimentados pela banda. Superior. Efectivamente, estamos na presença de um pós-rock encorpado, aqui mais instrumental, menos vocal, um pós-rock que sente ao longe amadurecido…no ponto.
Por entre os constantes momentos de oscilação sonora, de tormenta, este é um registo que cruza com competência momentos de maior tensão com momentos de maior tristeza e serenidade – na música, entre músicas, ao longo…se “Setnov” se impõe como um arranque perfeito, “Tobogan” vive de uma intensidade “só” apaixonante; seguidamente, o belíssimo “Fire Led Her To The Morning” leva-nos por entre uma terna melancolia. Em “EU Star”, início da trilogia, progressivo, avança num plano mais experimental, continuando com o ambiental e escuro “Tunnel”; no fim da trilogia, a luz de “Ashford”, por isso mesmo, single de avanço do álbum. Em “Termlog Intro” levanta-se voo, hélices em rodopio noutro pequeno desvairo experimental, para de seguida, se pousar em “Termlog”, num recorrente equilíbrío entre o rock instrumental bem rasgado e a calmia das ondas sobre a areia. O fim corrobora com o resto; embala-nos em “Sweet”, numa espécie de meditação orientada até à explosão; prolonga-se em “Nine Am”, prazer evidenciado por passagens sufocantes e “Rosewood & Grey “, cantado, mantém o nível. Para “Slow Fock”, o papel de perfeito epílogo, outra vez e sempre entre a quietude e a agitação.
“Mighty Sounds Pristine” é um disco tão contagiante como contrastante – felizmente, consigo mesmo, com os outros, enfim, com tudo o que o rodeia.
Ouça-se com prazer!
Não sou o único! acredito eu. É quase certo que serei apenas mais um dos que aguardava ansiosamente pela estreia dos Bypass em registos mais longos. Não serei, certamente, o único sequioso após a audição do EP homónimo de 2002; expectante, após a participação há meses no Festival “Um Dia A Caixa Vem Abaixo” – pese embora as fracas condições de som. O embate foi mais que sufiente.
Comece-se pelo fim: “Mighty Sounds Pristine” é registo coeso, coerente, adulto, cravado de personalidade e maturidade; tudo é pensado com conta, peso e medida, saltando a ideia de tudo estar onde deveria estar. Na mesma linha, ressalte-se a minúcia, o cuidado, a consistência com que o grupo arranja cada tema, pulverizando-o dos pequenos pormenores que lhe pintam a face e lhe enchem o corpo, de vida. Pequenos pormenores; o sobressalto, os ruídos, os sons animados pelos múltiplos instrumentos superiomente experimentados pela banda. Superior. Efectivamente, estamos na presença de um pós-rock encorpado, aqui mais instrumental, menos vocal, um pós-rock que sente ao longe amadurecido…no ponto.
Por entre os constantes momentos de oscilação sonora, de tormenta, este é um registo que cruza com competência momentos de maior tensão com momentos de maior tristeza e serenidade – na música, entre músicas, ao longo…se “Setnov” se impõe como um arranque perfeito, “Tobogan” vive de uma intensidade “só” apaixonante; seguidamente, o belíssimo “Fire Led Her To The Morning” leva-nos por entre uma terna melancolia. Em “EU Star”, início da trilogia, progressivo, avança num plano mais experimental, continuando com o ambiental e escuro “Tunnel”; no fim da trilogia, a luz de “Ashford”, por isso mesmo, single de avanço do álbum. Em “Termlog Intro” levanta-se voo, hélices em rodopio noutro pequeno desvairo experimental, para de seguida, se pousar em “Termlog”, num recorrente equilíbrío entre o rock instrumental bem rasgado e a calmia das ondas sobre a areia. O fim corrobora com o resto; embala-nos em “Sweet”, numa espécie de meditação orientada até à explosão; prolonga-se em “Nine Am”, prazer evidenciado por passagens sufocantes e “Rosewood & Grey “, cantado, mantém o nível. Para “Slow Fock”, o papel de perfeito epílogo, outra vez e sempre entre a quietude e a agitação.
“Mighty Sounds Pristine” é um disco tão contagiante como contrastante – felizmente, consigo mesmo, com os outros, enfim, com tudo o que o rodeia.
Ouça-se com prazer!
Ouvir alguns temas de “Mighty Sounds Pristine”.
“Mighty Sounds Pristine” – Bypass (2006/Bor Land)
01 Setnov
02 Tobogan – grande intensidade
03 Fire Led Her To The Morning – melancolia
04 EU Star – trilogia prog pleno experimental
05 Tunnel prog ambiental perdido na escuridão
06 Ashford a luz do disco, a vida
07 Tormlog Intro helicóptero e novo desvairo experimental
08 Tormlog rock mais rasgado
09 Sweet
10 Nine Am
11 Rosewood & Grey
12 Slow Fock
Rock
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