theweatherman

Editado recentemente na Holanda, com um novo alinhamento e a voz de Emmy Curl no tema “It Took Me So Long”, “The Weatherman” está hoje por aqui no centro das atenções. “The Weatherman” faixa a faixa, nas palavras do próprio Alexandre Monteiro.

15 Days
É um pouco sobre a tomada de consciência a que chegamos de que algumas coisas teriam resultado melhor se lhe tivesse dedicado mais tempo. Foi composta ao piano.

It Took Me So Long
A primeira ideia que me vem à memória quando penso nesta música foi a de a ter mostrado a dois amigos meus também músicos, durante um retiro na montanha, há cerca de 3 anos. Esta foi uma das primeiras músicas que compus para este disco, e quando lhes mostrei a reacção foi muito boa, disseram que a música tinha magia, e foi a partir daí que percebi que esta era indiscutível para incluir neste disco. Compus esta à guitarra, embora curiosamente hoje em dia a toque mais frequentemente ao piano. Nunca fiquei totalmente satisfeito com esta música, por isso mais recentemente decidimos pegar nela novamente e fazer uma nova versão, regravamos quase tudo, metemos guitarras eléctricas – facto despoletou a inclusão de um novo membro na banda ao vivo, o Marco Nunes – e gravamos a voz da Emmy Curl. Esta versão foi incluída na reedição do meu disco, na Holanda, e será colocada nas lojas também por cá em breve.

Love You Back
A versão demo desta música incluía contrabaixo e acordeão, era mais lenta e não tinha bateria. Para o disco, decidimos simplificar os arranjos, acelerar o tempo, e colocar um ritmo estável, para que a música se encaixasse melhor na restante mood do disco. Gosto de ambas as versões.

Out Of My Mind
Lembro-me que o primeiro verso da letra que escrevi para esta canção surgiu-me em 2011 na altura dos motins em Inglaterra. Tinha a televisão ligada e surgiu-me a frase “Why don’t you turn against the fire, and keep yourself apart from riots” depois de ver algumas dessas imagens: . A segunda parte da música e o refrão tinham sido compostos em separado, e então resolvi juntar tudo, e achei que encaixavam bem. A letra da música depois disso evolui para uma canção de amor normal. É um pouco o meu make love not war.

Fab
Está aqui um verdadeiro trabalho de banda instrumentalmente muito valioso, e fez toda a diferença para o resultado final, com destaque para a secção rítmica – bateria e baixo (via Nuno Sarafa e João André). FAB é uma espécie de um tributo a todas as pessoas que admiramos tanto que quase chegamos a desconfiar que existe algo de sobrenatural nelas.

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Double Trouble
Uma valsa, com cravo, algo que já não fazia desde o meu primeiro disco. Composta ao piano também.

I’ve Come Home
Esta foi a primeira vez em que uma música de Weatherman tem uma letra da autoria de outra pessoa, neste caso, do John Almeida, dos Little Friend. A música fala sobre como é impossível reescrever o passado, o evitar olhar para trás, a sensação de voltar para casa e sentirmos que já não é o nosso lar, e ao mesmo tempo sentirmos que na verdade ainda não temos lar noutro lado. Sempre que toco esta música sou transportado para um tempo e um lugar muito especiais. Esta música foi composta durante esse retiro numa casa na montanha, e sempre que toco esta música sou transportado para esse ambiente. Outra que compus ao piano.

Unite The People
Esta música é uma espécie de tributo a quem possui o dom de conseguir unir as outras, tarefa que sempre releguei para outros fazerem por mim. É uma mensagem positiva que partiu de coisas negativas na minha personalidade.

We All Jumped In
A inspiração para esta música é um facto curioso acerca da minha infância. Era comum as pessoas dizerem-me que eu andava sempre aos saltos.

State Of Mind
Esta foi composta num daqueles momentos idílicos, de pura felicidade, em que por momentos se sente que tudo á nossa volta está no sítio certo e desejamos que fique assim para sempre.

Proper Goodbye
Foi o single de avanço deste disco. Esta canção é sobre o facto de as despedidas nem sempre serem as mais apropriadas. De novo fiz-me transportar para a minha infância, especificamente no que toca ao videoclip, no qual encarno um astronauta, que era aquilo que eu desejava ser quando era criança.

See ya
Esta musica é instrumental, e surgiu já quando o disco estava quase acabado. Eu apercebi-me de que faltava no disco um toque da minha veia mais obscura, algo que funcionasse um pouco como contraponto ao resto do disco, sentei-me ao piano e gravei imediatamente. Gosto que a última música de um disco seja completamente diferente do resto. Depois decidi colocar umas palavras que me foram surgindo, em jeito de spoken word. [POP | OUVIR]

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.