RECORDAÇÕES|Ama Romanta…

Há dias em que nos apetece recordar e hoje, é um deles. O disco foi editado em 99 pela Música Alternativa mas a arte, essa, nasceu na década de 80, toda ela. É estranho recordar temas que se ouviram em vinil, em cassete, legal ou pirata, vezes sem fim. Eram anos de profunda negritude, mas onde o culto em volta do movimento era fantástico, grupos como Pop Dell’Arte, Mão Morta, Linha Geral, Essa Entente, Jovem Guarda e Grito Final alimentavam esse imaginário. O imaginário do Rock Rendez Vouz. É estranho sentir esta intemporalidade.
O duplo álbum, esse, é louco, fruto da loucura desse verdadeiro agitador da new pop da década de 80 que foi João Peste. O disco é fantástico, diferente, desconcertante, fotográfico, é a imagem de uma época mas que podia bem ser a imagem de hoje. Imperdível.
O disco é imprescindível para se perceber como realmente tudo começou, como foram lançadas as sementes da música nacional que hoje ouvimos. É óbvio que o som é diferente, muito diferente, muito bom.
Mais do que um disco, estamos diante de um manifesto de apoio à nossa música, ànossa cultura, estamos diante de um manifesto contra alguma da mediocridade reinante em relação à nossa cultura.
Como referiu João Peste “As barricadas estão montadas, agora é só saber de que lado queremos estar. Eu por mim creio que não tenho nenhuma dúvida quanto a isso.”