Fosse eu acreditar nestas coisas do destino e diria, ‘estava escrito’. Mais tarde ou mais cedo acabaria por arriscar neste espaço umas humildes palavras sobre a Filarmónica Fraude. Vale o risco dirá quem sabe. Vale sempre. Também poderia perguntar porque raio – já convertido à era digital – continua a rodar insistentemente no meu leitor MP3 um disco de 1969. 1969. A resposta seria – como é – muito simples: magia.
Não são assim tantos – como desejaria – mas são alguns, os discos da pré-revolução que, obrigatoriamente, qualquer melómano dedicado ou não à musica portuguesa deveria absorver. Absorver em deleite. Esta “Epopeia” é apenas um deles – indubitavelmente um deles. Que grupo poderia em apenas um ano – mais coisa menos coisa, editar um single, dois EP e um álbum, terminando praticamente logo de seguida? A resposta seria invariavelmente Filarmónica Fraude. Formados ainda em 1968, a Filarmónica Fraude durou praticamente o ano de 69, culminando a sua actividade já em 1970, dispersando-se praticamente após a edição de “Epopeia”, dando origem a outro nome fundamental da música portuguesa: a Banda do Casaco.
Com António Pinho (letras) e Luís Linhares (músicas e arranjos) ao leme, a Filarmónica Fraude – orgulhosos precursores do rock progressivo nacional com Petrus Castrus, Quarteto 1111, Banda do Casaco, Tantra, entre outros – conseguia há época – e é importante não esquecer a época e o persecutório lápis azul dos censores – aliar uma inteligente e acutilante crítica político-social, mordaz e transbordante de ironia, a uma musicalidade verdadeiramente inovadora, apaixonante, retumbante. “Epopeia” é isto tudo, uma obra-prima. Nascido inicialmente, também, de uma paixão pela pesquisa, o fabuloso trabalho de recriação da Filarmónica Fraude, visava um fim de renovação, a criação de uma marca pessoal, indelével, única. Atingida. Líricamente cuidado, musicalmente soberbo e instrumentalmente disperso, com influências da pop-rock britânica da altura, “Epopeia” consegue ser ao mesmo tempo um disco experiencial, popular, tradicional, às vezes até jazzy…”Epopeia” é um disco único.
Em 1998 a Polygram reeditou a obra em CD numa gravação muito manhosa – com um som muito manhoso, mesmo.
Agora perguntem-me porque continua a ser um dos discos mais rodados no meu leitor de MP3: magia. Pronto; já há Filarmónica Fraude na Trompa…
Não são assim tantos – como desejaria – mas são alguns, os discos da pré-revolução que, obrigatoriamente, qualquer melómano dedicado ou não à musica portuguesa deveria absorver. Absorver em deleite. Esta “Epopeia” é apenas um deles – indubitavelmente um deles. Que grupo poderia em apenas um ano – mais coisa menos coisa, editar um single, dois EP e um álbum, terminando praticamente logo de seguida? A resposta seria invariavelmente Filarmónica Fraude. Formados ainda em 1968, a Filarmónica Fraude durou praticamente o ano de 69, culminando a sua actividade já em 1970, dispersando-se praticamente após a edição de “Epopeia”, dando origem a outro nome fundamental da música portuguesa: a Banda do Casaco.
Com António Pinho (letras) e Luís Linhares (músicas e arranjos) ao leme, a Filarmónica Fraude – orgulhosos precursores do rock progressivo nacional com Petrus Castrus, Quarteto 1111, Banda do Casaco, Tantra, entre outros – conseguia há época – e é importante não esquecer a época e o persecutório lápis azul dos censores – aliar uma inteligente e acutilante crítica político-social, mordaz e transbordante de ironia, a uma musicalidade verdadeiramente inovadora, apaixonante, retumbante. “Epopeia” é isto tudo, uma obra-prima. Nascido inicialmente, também, de uma paixão pela pesquisa, o fabuloso trabalho de recriação da Filarmónica Fraude, visava um fim de renovação, a criação de uma marca pessoal, indelével, única. Atingida. Líricamente cuidado, musicalmente soberbo e instrumentalmente disperso, com influências da pop-rock britânica da altura, “Epopeia” consegue ser ao mesmo tempo um disco experiencial, popular, tradicional, às vezes até jazzy…”Epopeia” é um disco único.
Em 1998 a Polygram reeditou a obra em CD numa gravação muito manhosa – com um som muito manhoso, mesmo.
Agora perguntem-me porque continua a ser um dos discos mais rodados no meu leitor de MP3: magia. Pronto; já há Filarmónica Fraude na Trompa…
No Radio.Blog da Trompa está uma pequena surpresa. Uma boa pesquisa faz o resto.
“Epopeia” – Filarmónica Fraude (Philips, 1969; reed. Polygram, 1998)
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