Não me lembrava do disco a solo de Flak; um dos melhores álbuns do ano de 1998. Já não me lembrava. E para quem não se lembrava, devo acrescentar que recordar o álbum homónimo do guitarrista dos Rádio Macau, foi efectivamente um grande prazer.
Foi um prazer não só pelo valor intrínseco que tem, mas também por ter sido criado por quem foi – no mais estranho que esta combinação possa ter; este é também um álbum importante da história do rock português e por isso, um disco a conhecer, sem dúvida. Sem as loucuras electrónicas actuais, mais ou menos ambientais de uns Micro Audio Waves e sem o rock mais rectilíneo de uns Rádio Macau, este é o Flak que de certa maneira fazia já a ligação entre esses dois universos; este, o universo de uma certa exploração do mundo pop. Livre de clausuras, “Flak” é um um álbum eclético, com os pés bem fincados na Pop Rock, mas nem por isso nele enclausurado. É desde logo um belo ensaio sonoro. Com uma base rock de guitarra, baixo e bateria, todo o disco gira posteriormente em volta da introdução de novos toques nesse novo universo: são novos sons, novos instrumentos, são samplers incluídos, são flautas, violinos e claro, alguns sintetizadores. Uma combinação diferente…
O que ouvimos é uma experiência musical extremamente agradável de onde sobressaem facilmente canções como o hit “Sei Onde Me Vou Perder”, o “De Azul em Azul” com Xana na voz”, “O Imenso Adeus” com Viviane na flauta ou mesmo o “Barco a Soluçar”; os últimos dois, integrados na compilação de 98 “Ao vivo na Antena 3”.
Excelente recordação…de um disco às vezes perdido.


“Flak” – Flak (1998/BMG)

01 Barco a Soluçar
02 A Dama do Lago
03 Antonov
04 Sei Onde Me Vou Perder
05 Como se Mais Perto
06 Ser ou Não
07 O Relógio Parado
08 De Azul em Azul
09 Jogando ao Acaso
10 O Imenso Adeus
11 Vai de Roda
12 Hanói

Rock

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.