PZ…sem limites, frontal, de frente para o espelho…para o sonho ou para a realidade…do outro lado – entre o real e o irreal, assim soube após repetitiva audição.
Do fundo do quarto sai a voz que te fala ao ouvido – finalmente. “Anticorpos” é isso mesmo, quase num estranho alto sussurro, ao meu lado, textos de som, flashes entre o nexo e o desconexo, feitos imagem, simplifique-se, são sentimentos mais ou menos pessoais, experiências levadas ao mundo pelo nosso ouvido, numa espécie de “tu e eu”, experiência bilateral feita universal. Do fundo do quarto, num sofá efervescente. Não é uma experiência normal…felizmente…
“Anticorpos” é o objecto perfeito para aqueles que esperam e desesperam por objectos diferentes, livres de compromissos, arredados de barreiras estéticas e distante de ilusórias maquilhagens. “Anticorpos” é um disco simples, sem segredos, é apenas o veículo de uma mensagem que se impõe, que se ouve, que se lê, que se sente; sendo nesta básica mas expressiva aliança que o disco de PZ ganha um existência bem “sui generis”. Sem tiques nem tremeliques, “Anticorpos” agarra-nos pela originalidade e franqueza do seu todo, pela simplicidade é certo, mas também pela forma inteligente como se diz o que se tem a dizer…em português. Entre o azedo e a ironia, o realismo das letras de PZ são um bálsamo para a nossa consciência…para o que vai restando dela. Aqui, as letras vivem…
No som as máquinas mandam, sem avarias nem invenções, deixando atrás de si um rasto de cinza que marca bem o ritmo das palavras, grave, neurótico, fundo, meio louco. O leito perfeito…
Entre o real e o irreal, “Anticorpos” é tão simples como desconcertante, tão genuíno como surpreendente. Quase sempre real!

O disco anda por AQUI, basta seguir o roteiro (clicar no círculo rosa, depois em catálogo e por fim em PZ | Anticorpos).


“Anticorpos” – PZ (2005/Meifumado)

01 Ao meu lado
02 Do outro lado
03 Sofá Efervescente
04 Deus Canibal
05 Ser
06 Rasto de Cinza
07 Grande FDP
08 Contas à Vida
09 Tremeliques e Tiques
10 Neurótica
11 As Máquinas Mandam
12 Achas
13 Feak Mais Além

Alternativo
www.meifumado.org

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.

One thought on “OLHARES|"Anticorpos" – PZ”

Comments are closed.