Porque vale a pena…mesmo.
Não só porque traz um Adolfo Luxúria Canibal igual a si mesmo – nada de novo; não só porque traz igualmente um exímio António Rafael – duas mãos mortas, portanto; “Estilhaços” vale antes porque traz os dois, como um todo. De corpo e alma. Porque nada parece essencialmente novo e tudo parece excelente, absolutamente fantástico na sua simplicidade, “Estilhaços” é um documento simbólico, quer no seu lirismo, quer na sua musicalidade.
Baseado no espectáculo de spoken word apresentado por Adolfo Luxúria Canibal em vários locais (incluindo Budapeste) e tendo por base o seu livro com o mesmo nome, “Estilhaços” disco, é um registo que viaja bem para lá da força das palavras, das histórias, dos contextos. É uma pérola ambiental. Não é só a poesia, a ideia, não são só os cenários criados pelo sufoco das palavras, são também os ambientes sonoros, os passos entre Braga e Paris divinalmente coloridos pela enormidade instrumental do trabalho de António Rafael (piano, sintetizador e programações) e convidado (contrabaixo de Henrique Fernandes). Fiquei vidrado com tal crueza e simplicidade.
São sete peças, apenas sete: o forte e ruidoso sussurro inicial de “De estrelas nada sei”; a enormidade imagética na pessoal deambulação de “Noite transfigurada”; o cruzamento parisiense na tristeza infantil de “A filha surda” – que contrabaixo; o mergulho autobiográfico de “O tempo que passa”; o brilhante arrepio esquizóide de “Braga, meu amor”; a imagem de uns Mão Morta em “White light/white heat”; o adorável e saltitante piano de “Homem aos saltos” – sempre com o pequeno Mateus pela mão. Fantástico.
São sete peças, apenas sete; peças de uma estranha forma de ser…única e tão pessoal.
Não só porque traz um Adolfo Luxúria Canibal igual a si mesmo – nada de novo; não só porque traz igualmente um exímio António Rafael – duas mãos mortas, portanto; “Estilhaços” vale antes porque traz os dois, como um todo. De corpo e alma. Porque nada parece essencialmente novo e tudo parece excelente, absolutamente fantástico na sua simplicidade, “Estilhaços” é um documento simbólico, quer no seu lirismo, quer na sua musicalidade.
Baseado no espectáculo de spoken word apresentado por Adolfo Luxúria Canibal em vários locais (incluindo Budapeste) e tendo por base o seu livro com o mesmo nome, “Estilhaços” disco, é um registo que viaja bem para lá da força das palavras, das histórias, dos contextos. É uma pérola ambiental. Não é só a poesia, a ideia, não são só os cenários criados pelo sufoco das palavras, são também os ambientes sonoros, os passos entre Braga e Paris divinalmente coloridos pela enormidade instrumental do trabalho de António Rafael (piano, sintetizador e programações) e convidado (contrabaixo de Henrique Fernandes). Fiquei vidrado com tal crueza e simplicidade.
São sete peças, apenas sete: o forte e ruidoso sussurro inicial de “De estrelas nada sei”; a enormidade imagética na pessoal deambulação de “Noite transfigurada”; o cruzamento parisiense na tristeza infantil de “A filha surda” – que contrabaixo; o mergulho autobiográfico de “O tempo que passa”; o brilhante arrepio esquizóide de “Braga, meu amor”; a imagem de uns Mão Morta em “White light/white heat”; o adorável e saltitante piano de “Homem aos saltos” – sempre com o pequeno Mateus pela mão. Fantástico.
São sete peças, apenas sete; peças de uma estranha forma de ser…única e tão pessoal.
Ouvir alguns excertos de “Estilhaços”.
“Estilhaços” – Adolfo Luxúria Canibal + António Rafael (Transporte de Animais Vivos, 2006)
01 De estrelas nada sei
02 Noite transfigurada
03 A filha surda
04 O tempo que passa
05 Braga, meu amor
06 White light/white heat
07 O Homem aos saltos
Spoken Word