Faz sentido. A inércia. Uma linha hipnótica que se prolonga longamente no horizonte. Num prolongamento sereno. São sensações de “Inert”, o recente álbum de estreia do projecto lisboeta The Dead of Night.
Faz sempre sentido. Com claras influências do universo metal, especialmente do doom, a música de The Dead of Night acaba na prática por enveredar noutro sentido. Um sentido onde a vertigem do vagar transparece claramente, tais as ambiências criadas. Sugestivo, o universo de The Dead of Night é marcadamente ambiental, literalmente cruzado com uma vertente mais clássica – quase sempre induzida pelo piano. Sem tempo para o tempo, um tempo onde os relógios perderam os ponteiros, Shadow (programações) e Morgana Duvessa (voz) deixam-nos boas indicações para o futuro. Um futuro feito de paisagens negras, obscuras, de ambientes carregados pela força opressora da noite; pela força de sonhos intermináveis.
Faz sentido. Esta inércia.
“Inert” – The Dead of Night (Invisible Eye Productions, 2010)
01 The gift of which we spoke
02 One breath in catharsis
03 His wicked voice returns
04 Journey Mine
05 Broken Doll
06 Arcane Preparation
07 Restfulness
08 Shallow Imagery
09 The Black
10 Ghost of perennial mourning
11 The subtle poignancy of a dewdrop
12 Frontier