Não é de agora, mas a obra de Thermidor tem o condão de nos agitar interiormente. É uma agitação provocada por um certo mistério que envolve já de forma natural toda a obra de Thermidor. Já tinha sido assim com “1929” (Thisco, 2007), continua a sê-lo com “Poema Seis”. Talvez seja pela cuidada conceptualização que envolve o trabalho de J.. É ele o cérebro criador de mais esta fantasia sonora; pequena beleza atmosférica.
Sobre Thermidor e a sua obra, lê-se na nota de imprensa que é “um conceito em constante evolução com uma marcada faceta cénica e teatral“. “Poema Seis” é isso; é uma exploração criativa do cruzamento de um universo ambiental e electrónico, com um outro poético.  É a imagética nascida desse cruzamento que confere a “Poema Seis” toda uma teatralidade muito própria. Baseado no homónimo livro de poemas de Luís Brito Pedroso, sobre “Poema Seis” diz-se ainda que “celebra o encontro da forte temática e imagética dos dois mundos atravessando mais uma vez as fronteiras entre Fantasia e Realidade“. É nesse limbo que caminhamos sempre em “Poema Seis”; entre a fantasia e a realidade. Aquele mistério.
É mais um disco obrigatório de Thermidor.

Ouvir Thermidor

capa de Poema Seis
”Poema Seis” – Thermidor (Thisco, 2010)

01 La lumiére á la fin du monde
02 Ancoradouro
03 From dusk till down
04 Magnolia
05 Eco
06 Excavação
07 Divine
08 Poema 6
09 Impureza
10 Cítara
11 Durmo
12 Anjo esquecido

Extras
13 Cítara (Remix by Sonic Area)
14 Ancoradouro (Tidewatermix by Autoclav1.1)
15 Magnolia (Remix by Worms of the Earth)

género: experimental
www.thermidor-project.net

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.