Lê-se na nota de imprensa que o conceito Tarab, usado no Norte de África, se baseia na ideia de um nível superior de consciência colectiva atingido numa performance, partilhado entre o artista e o seu público. A um nível mais terreno, ainda que virado para as coisas do coração, apetece perguntar se será possível viver desapaixonado pela música dos Danças Ocultas. Eu creio que não.
Depois do fantástico álbum “Pulsar” (CNM), já datado de 2004, os Danças Ocultas regressaram em 2009 com mais um disco de superior qualidade. É um regresso à raiz, ao poder total do instrumento. Não sendo uma surpresa a capacidade melodiosa do quarteto, a sua música é também emotiva, é intensa, é sensível. Mexe connosco; mexe com a nossa imaginação. De harmonias cativantes, os 10 temas de “Tarab” são também a expressão em disco do novo espectáculo ao vivo do quarteto de concertinas formado por Artur Fernandes, Filipe Cal, Filipe Ricardo e Francisco Miguel.  São a expressão da originalidade de sempre dos Danças Ocultas. Uma originalidade marcada pela astúcia, pela inteligência transformadora de uma sonoridade que tem tanto de tradicional como de contemporânea. As Danças Ocultas são a expressão máxima de um modernismo que se eleva energicamente sobre o que um dia foi apenas popular. Sensibilidade e bom senso; luz e equilíbrio.
“Tarab” é coisa para sentir; serenamente; apaixonadamente.

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capa de Tarab
“Tarab” – Danças Ocultas (Numérica, 2009)

01 Héptimo
02 O Diabo Tocador
03 luzAzul
04 Fábula
05 Rumor
06 Tarab
07 Pulsão
08 Abrigo
09 Esse Olhar
10 Aragem

género: folk
dancasocultas.com
dancasocultas.weblog.com.pt

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.

2 thoughts on ““Tarab” – Danças Ocultas”
  1. Olá caro Rui Dinis!
    Obrigado mais uma vez pela simpática referência.
    Ao vivo:
    22 Maio, Montemor-o-Novo, Teatro Curvo Semedo, 21h30
    30 Maio, Lisboa, Instituto Franco Português, 21h
    13 Junho, Porto, Casa da Musica, [1ª Parte de Rodrigo Leão]
    Cumprimentos
    Danças Ocultas,
    Artur Fernandes

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