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Airplay sobre “Perfeita Ilusão”, faixa a faixa

Rui DinisRui Dinis

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Formados por André Silva (voz e guitarra), Marco Cipriano (guitarra), Miguel Tomé (bateria e voz) e Tiago Pedro (baixo), os Airplay preparam-se para lançar o seu álbum de estreia. O disco vai chamar-se “Perfeita Ilusão” e tem apresentação oficial marcada para o dia 11 de Abril, no Stairway Club, em Cascais – Caelum’s Edge como convidados. Depois de apresentado o videoclip para o tema de avanço, Dias Cinzentos“, a trompa quis saber um pouco mais sobre o novo disco. Aqui fica o faixa a faixa, pelos próprios:

Não Sei

A ideia por detrás desta letra surgiu da frustração que resultou das várias tentativas de a escrever. O processo de escrita de uma letra pode ser demorado e complexo, mesmo contando com uma boa dose de inspiração. O perfeccionismo leva a que as coisas nunca pareçam bem. “Não Sei” refere-se a isso mesmo, ao equilíbrio entre a ideia que queremos transmitir, as palavras que encaixam na canção, uma possível rima e todos os elementos que poderão fazer parte da escrita de uma letra. Nem sempre é fácil atingir esse mesmo equilíbrio, e é exactamente isso que é retratado aqui.

Já Não Vou

“Já não vou” espelha o rescaldo do final de uma relação atribulada. Identificamo-nos com esta letra pela ausência propositada, pelo vazio que deixamos numa relação sem futuro e com um ponto final determinante. Esta composição relaciona-se com as outras músicas do álbum por oposição: demarca um posicionamento concreto e final.

Não Vou Ficar

O título desta música fala um pouco por si. No fundo, há uma ideia de “fuga” ao que nos prende em determinada altura, seja uma relação, seja a rotina, ou qualquer outra coisa. Acaba por falar um pouco daquele momento em que, após falharmos sucessivamente ao tentarmos mudar um pouco o rumo das coisas, ficamos tão saturados de alguma coisa que só nos apetece fugir e não pensar em maisnada, independentemente das consequências.

Hei-de Lá Chegar

“Hei-de lá chegar” é uma das mais sensíveis e complexas músicas do álbum uma vez que foi escrita propositadamente para um dos elementos da banda. Esta letra procurou retratar não só um momento difícil como a perda de um familiar próximo como também a complexidade desse facto que nos obriga de certa forma a rever não só o tempo passado como o presente. “Hei-de lá chegar” é uma forma de homenagem mas também um momento de compreensão e sentimento.

Talvez Amanhã

Esta letra retrata o característico ponto de viragem em todas as relações: uma fase de dúvida, dificuldade e desafio. O momento em que questinamos todas as complexidades e lutas travadas; o momento de balanço e avaliação em que decidimos desistir e seguir em frente… mas não o fazemos, adiamos: “Talvez amanhã”

Dias Cinzentos

“Dias Cinzentos” é uma mensagem positiva que vem contrariar um pouco os dramas e as situações mais complicadas presentes noutras letras. Todos nós temos dias menos bons, mais “cinzentos”, que só podem ganhar alguma cor se nós fizermos por isso. É uma letra que tenta encorajar quem a ouve a despreocupar-se um pouco com o que o incomoda nesses dias menos bons e tentar mudá-los para melhor, de forma a não se deixar ir abaixo.

Penso Noutro Dia

“Penso Noutro Dia” fala um pouco da forma como, por vezes, tentamos superar um problema sem recorrer a ninguém. Acaba por ser um desabafo que se refere às ocasiões em que preferimos não desabafar e guardar os problemas para nós, acreditando que uma saída à noite poderá enterrar tudo que nos atormenta naquele momento. O andamento acelerado representa um pouco a agitação que se vive nessas ocasiões e nessas noites em que parece que estamos sempre no limite, sem parar, tudo para esquecer alguma coisa.

Mais Uma Vez

Esta música baseia-se naquelas experiências em que temos tendência para nos envolvermos a fundo, dando sempre o máximo, como se o futuro do mundo inteiro dependesse disso. Como consequência de toda essa entrega e intensidade, tudo acaba depressa, a situação “rebenta” e acaba por durar bem menos do que queríamos e prevíamos. Olhando para trás, acabamos sempre por perceber que demos demasiado em pouco tempo, ou que nos precipitámos, de certa forma.

Perfeita Ilusão

“Perfeita Ilusão” invoca de uma forma bem-humorada a nossa frequente incapacidade de aceitar a realidade perante nós: por vezes não é de todo possível recomeçar ou reatar uma relação. Desta forma, preferimos criar uma “Perfeita Ilusão” que nos “resguarda de tanta dor” quando já sabíamos que não havia forma de a evitar sem nos afastarmos. [OUVIR]

flyerairplay@ stairway11abril

Rui Dinis
Author

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.