Genericamente, é uma áudio-novela e respetiva banda-sonora. Ou, por outras palavras, a mais recente loucura de David Bruno. E já...
Curtas | 2014 com Guta Naki
Havendo novo disco de Guta Naki, “Perto Como” (Meifumado, 2014) de seu título, há também um bom motivo para saber mais qualquer coisa sobre as novas músicas. A vocalista Cátia Pereira respondeu à ‘curta’ d’a trompa.
Como nasceu o projecto Guta Naki?
Desde a escola secundária que fomos tendo bandas, Guta Naki é a banda que fizemos já na fase adulta. Nasceu na sequência de já termos feito música juntos, mas marcou algumas mudanças, um dos requisitos iniciais era explorarmos a componente de programação electrónica, queríamos que o computador nos ajudasse a criar ambientes diferentes de música para música. Guta Naki nasceu com a vontade de experimentar quase tudo.
O que vos move na música?
O uso do verbo “mover” neste contexto é sempre curioso, o que nos faz mover, o porquê de andar. Muita da vontade de fazer música tem a ver com isso, ir, criar lugares, com a particularidade de serem espaços sem espaço, mas são lugares, movemo-nos e somos levados.
Um adjectivo que caracterize a música dos Guta Naki?
Pode ser uma caracterização mais substantiva? Desejo.
Porquê o título “Perto Como” para o novo disco?
É um nome que, de alguma forma, pode traduzir o processo de composição do disco, exercícios de aproximação, criar modos de reduzir as distâncias, como fazer o perto, tanto em termos de aproximações a determinados géneros musicais, como a certos estados emocionais.
Numa frase apenas, como caracterizam o novo disco?
Em duas frases, é um processo de rendição ao afecto, rendição ao improvável, o exercício será despadronizar o coração. Este disco quer ser para as distâncias um trampolim, fura o espaço e o tempo, e no salto, na volta da cabriola, por quem me tomam? O que eu quero é o encontro.
Foto: Joana Areal
Se tivessem de escolher a faixa que melhor encarna o ‘espírito’ Guta Naki, qual escolheriam? Porquê?
É provável que cada um de nós escolha uma canção diferente, e que cada um, amanhã, já escolha outra.
Neste momento, acho que escolheria “O Homem que Dança”, não temos nenhuma música parecida a esta, ela marca um caminho que ainda não tínhamos experimentado até aqui. Para encarnar o espírito nada melhor que uma dança.
Apontem duas razões para ouvir – e mesmo comprar – o vosso novo disco?
Uma razão pode ser a razão pela qual editámos o disco, acreditamos que é bom.
Outra razão é que nestas coisas da música a razão não deve contar muito, ouçam pelo impulso, se vos tocar tocou, se não tocar ouçam outra vez.
O que podem esperar as pessoas que forem ver Guta Naki ao vivo?
Podem esperar que ao vivo é tudo ainda muito melhor.
Proponham um disco da música portuguesa que vos tenha agradado nos últimos tempos.
Mogul de Jade do Norberto Lobo e do João Lobo.
Como vai ser o Verão de Guta Naki?
Agosto vai ser cheio de concertos, vai ser bom! [OUVIR]