filhodamaecabeca

Filho da Mãe está de regresso aos discos, felizmente. É o próprio Rui Carvalho a falar-nos do seu excelente “Cabeça”:

Terra Feita
Ficou com o nome do sítio onde a gravamos no Gerês. Foi um improviso que gravei com o Makoto Yagyu e tinha como destino uma banda sonora. Achei que queria pôr isto no disco, já que de certo modo foi aqui que o segundo disco se começou a desenhar.

Não te mexas
Gosto de dar ordens através de nomes de músicas, ou informações mmmm…não não é isso…é uma música rápida que tem a ver com coisas paradas ou em câmera lenta…é o que sinto pelo menos…

Cerca de Abelhas
Vem daquela insistência na 1ª corda e mais à frente os loops sugerem-me picadas…tinha pânico de abelhas… há uns tempos que já não.

Caminho de pregos
Tinha outro nome, mau demais para assumir, a verdade é essa. Ainda assim, continuo a referir-me a ela pelo nome original. Este pareceu-me ter mais a ver com o meu percurso na guitarra do que com a música propriamente, mas acabei por deixar.

Um bipolar / Um bipolar dois
Porque sou um bocadinho

Mali provisório
Adoro música do Mali e embora a música não tenha muito a ver com o Mali foi o primeiro nome que usei assim que a fiz na gravação no Alentejo. Ficou provisório por essa razão, porque era mesmo provisório até sentir mais outro nome. A razão pela qual decidi deixar este nome no disco até a mim me ultrapassa.

Cabeça
Estive relutante em usar o nome do álbum numa música…mas não consegui livrar-me do nome que já se tinha pegado aos ossos. É uma das músicas que já tinha feito há mais tempo, bem antes da gravação, já a tinha tocado bastante ao vivo e sempre com o mesmo nome. Creio que posso dizer ser o início da composição do disco.

Improviso de naperon
É um improviso…há algum tempo que tocava algo à volta disto ao vivo. Agora pensando bem, faz-me lembrar um nome que podia ser de Irmãos Catita…mas enfim…tem alguma coisa de muito português antigo no meio.

Um monge às costas
Gravei o disco no Coro Alto de uma Capela…disse a certa altura que sentia que tinha um monge nas costas enquanto gravava o disco….assim ficou…

Quadro branco
Dei-lhe o nome da banda sonora à qual destinava algumas daquelas gravações no Gerês. Achei que era bonito acabar o disco com algo que está intrinsecamente ligado à primeira faixa.

Sem demónios
Gravei isto com a Cláudia Guerreiro no baixo (fez o artwork) e Guilherme Gonçalves na guitarra (gravou o disco) nuns takes directos em Lisboa…pensei em considera-la como uma espécie de faixa escondida, mas depois de ouvir algumas vezes senti que é a purga do disco, mandam-se os monstros embora. [GUITARRA | OUVIR]

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.