Novas linguagens…reza a lenda, terão nascido em 1996 após um workshop com Max Roach na Gulbenkian. Tim Tim por Tum Tum; assim foram baptizados.
1997. “Diálogos de Bateria” é um disco sui generis; primeiro porque nasce de uma forte interação entre quatro grandes bateristas da nossa praça (José Salgueiro, Alexandre Frazão, Marco Franco e Acácio “Salero” Cardoso aquando da gravação), e em segundo, porque o resultado é qualquer coisa de delicioso. Melodicamente algo limitado, é verdade, “Diálogos de Bateria” não vive apenas da percussão e da bateria, este vive ainda e bem, de pequeníssimos pormenores de sopros, concertinas e afins. Na prática, lá, tudo serve para fazer brotar o som. É uma experiência diferente.
Disco gravado em ensemble no Centro Cultural da Malaposta – Odivelas – a arte dos Tim Tim por Tum Tum é uma aventura na qual podemos entrar de olhos fechados – de consciência. Contando ainda com a participação do baterista norte-amaericano Jim Black, estes são meia dúzia de diálogos arrojados, diálogos também experimentais, exploratórios de um imenso ermo por desbravar. Novos ritmos, novas emoções por compreender…
“Diálogos de Bateria” é essencialmente isso, um imenso manto de experiências nascidas da imaginação, pura e simples, do improviso, do animado jogo dos silêncios e dos sons. Imagine-se uma nova linguagem. Imagine-se isto tudo, Tim Tim por Tum Tum.
No fim, imagine-se quatro baterias em cima de um palco; agora ouça-se!

capa de Diálogos de Bateria
“Diálogos de Bateria” – Tim Tim por Tum Tum (Farol, 1997)

01 Jim Tónico
02 Aqui há latas
03 Pop larucho
04 Jim solo
05 Max Roach
06 Sax e vassouras

tipo Experimental

ACTUALIZADO

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.

One thought on “RECORDAÇÕES|"Diálogos de Bateria" – Tim Tim por Tum Tum”
  1. Sem dúvida, estes são “os grandes bateristas/percussionistas portugueses” (não tirando o prestígio de outros nomes portugueses de grande qualidade) que, neste trabalho expoem o excepcional e infinito vocabulário musical.Pessoalmente, tenho uma admiração especial por José Salgueiro, um grande nome que marcou a música portuguesa com a sua sonoridade.

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