Físico (força, energia e resistência)
Zzzzzzzzistência; de luz clara, cintilante, nunca o suficiente para nos ofuscar a vista, “Z” é um disco de algumas virtudes. O que Zed, Zoide, Zemen e Zbox procuram desde 1999, é uma energia cósmica qualquer aqui bem sustentada por uma bateria e um baixo em forte sintonia – em bom ritmo. A sintonia; qual meteorito cruzando uma atmosfera repousante que apenas franze o olho quando incomodada…em “Z” o incómodo existe invariavelmente…felizmente. Um certo lapidar…

Emocional (energia interior e peso emocional)
Zzzzzzzzemocional; lá em cima, lá muito em cima é onde parece querer viver a mensagem às vezes alucinada dos Orgasmo. Há algo de espacial, exterior, superior, um apelo qualquer à estrela mais longínqua, à estrela mais perdida do Universo. Há em “Z” um qualquer plataforma de meditação, sustentada por um zumbido insistente, por um trabalho de muita electrónica, que nos parece querer transportar para um outro estado de alma – às vezes consegue, às vezes. Nessas, prova-nos que de Sintra não sopram só ventos de um passado romântico, sopram igualmente ventos de uma experiencial modernidade. São cenários electro que nos elevam…que vão fazendo por isso…insistentemente.

Intelectual (simbolismo e criatividade)
Zzzzzzzzimbólico; exploração do espaço universal ou talvez não…o tal burburinho constante, electrónico, manipulador da mensagem, manipulador dos sentidos acima de tudo. É no conceito que “Z” tem o seu momento mais interessante, não pelo brilhantismo exponencial do resultado, antes pela coerência e alguma originalidade do conceito no seu todo. Há neste um sentido de dependência a crescer, difícil, já o dissera por outras palavras, mas a crescer.

Ouvir o tema “Nova” . Por AQUI há mais sons.


“Z” – Orgasmo (2005/Vida Records)

Alternativo/Electrónica
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By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.