1. Numa frase apenas – ou duas – como caracterizam conceptualmente o álbum “01”?
PF: Uma viagem intercontinental com destinos musicais distintos.
2. “01” é vosso álbum de estreia; como correram as gravações? Como ‘aparecem’ nele os vossos convidados?
PF: As gravações correram muito bem. De uma forma natural, descontraída. Os convidados surgiram da necessidade de colocar vozes nos temas, que inicialmente, eram instrumentais. Estendemos o convite a vozes que pensámos que serviriam os propósitos de cada tema, em particular. Não demos muitas coordenadas relativamente ao sentimento / forma de cantar que queríamos para os temas, mas deixámos que os convidados dessem o seu contributo livre para o Projecto Fuga. Alguns convidados foram contactados através do seu perfil de myspace. Outros, como o caso da Fernanda Takai, foi através de email e mais tarde estivemos juntos, aquando da mini-digressão dos Pato Fu no nosso país. As contribuições brasileiras, a nível de voz, foram gravadas no Brasil e depois misturadas no Estúdio Fuga.
3. Este foi um disco feito a pensar no público que vos ouve? Que expectativas têm em relação à sua aceitação?
PF: Na fase de composição e de gravação iniciais não houve nenhuma preocupação a nível externo, isto é, ao nível de atingir certo público específico. Foi tudo criado de uma forma despretensiosa, sem qualquer tipo de interesse em editar um disco ou levar os temas para o palco. Mais tarde, quando tudo foi tomando um rumo mais coeso, e os temas ganharam uma identidade “fuga” aí começámos a pensar que poderia haver público que se identificasse com a nossa musica. As expectativas que temos em relação à aceitação são algumas mas fizemos tudo de uma forma natural, não muito pensada, nem recorremos a fórmulas de qualquer espécie para a produção do nosso disco de estreia. Podemos dizer que tivemos total liberdade e que trabalhamos sempre de uma forma independente. Visto que o disco irá sair também no Brasil estamos expectantes quanto à aceitação por lá, como é obvio, visto que desconhecem a nova música portuguesa e é curioso ver como nos irão aceitar em solo brasileiro.
4. Que sensações esperam que as pessoas retirem da audição do novo disco?
PF: Esperemos que estejam em sintonia com a música, principalmente a nível emocional. É um disco que fizemos com a maior honestidade possível e esperemos que as pessoas se sintam revigoradas quando terminarem a viagem que é ouvir “01” na sua totalidade. Pensamos ter temas fortes, emotivos e queremos que isso toque naqueles que ouvem o disco.
5. Se tivessem que escolher a faixa que melhor encarna o espírito do novo disco, qual escolheriam? Porquê, mais sucintamente?
PF: Talvez Maracaturama, pela vertente mais experimental e pelas fusões de musica brasileira e africana. O poema foi escrito pela Maria Pedro, que é a letrista do Colectivo e chama-se “A tristeza é água”. O Milton Batera também trouxe para este tema o ritmo MARACATU do nordeste brasileiro e a kora do Galissá (Guiné-Bissau) dá-nos um ambiente bem africano e bem orgânico a contrastar com o uso das novas tecnologias a nível de produção do tema. Foi uma canção que cresceu imenso com a voz da Fernanda Takai. Pensamos ser um tema que mostra bem as nossas proveniências e revela de uma forma bem vincada a identidade do Projecto Fuga.
6. O que podem esperar as pessoas que vos forem ver ao vivo?
PF: Podem esperar energia, empenho, veracidade naquilo que vamos oferecer e uma grande voz a dar corpo às várias “personas” que estão no disco. Tentamos ser rigorosos relativamente aos arranjos e estrutura dos temas para não destoar do ambiente do disco.
7. Como vai ser o futuro próximo do Projecto Fuga?
PF: Esperamos tocar muito no nosso país e também no final do ano tentar conquistar um pouco do Brasil com algumas datas em parceria com bandas independentes. Num futuro próximo gostaríamos de tocar nos auditórios e Teatros a nível nacional. Esse é o futuro próximo do Projecto Fuga. E claro, levar a nossa música a um maior número de ouvintes possível.
> Vencedores do Passatempo ‘Projecto Fuga’:
– Nuno Peralta – Lisboa
– Luís Baptista – Massamá
– Catarina Rebelo – Loures
– Sérgio Ramos – Bajouca
– José Matos – Maia
“01” – Projecto Fuga (Edição de Autor, 2008)
Pop-Rock
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www.myspace.com/projectofuga