São dois, são Os Cabos Soltos e acabam de editar “Crónicas do Tempo” – disponível para download legal e gratuito. Esta é a ‘curta’ para o novo disco.
Numa frase apenas quem são Os Cabos Soltos?
“Os Cabos Soltos” representam o heterónimo de Paulo Soares e André Leitão, dois portuenses que encontraram na guitarra uma paixão e um porto seguro para a sua expressão artística.
Um adjectivo que caracterize a música d’Os Cabos Soltos?
Alternativa.
Porquê o título de “Crónicas do Tempo” para o novo disco?
Este é um álbum conceptual que gira em torno de uma história onde dois amantes são apanhados num regime de opressão. É uma história que tem tendência a repetir-se ao longo do tempo, e pensamos que se o tempo escrevesse algum tipo de crónicas esta história estaria lá, dá Crónicas do Tempo.
Em duas ou três linhas, como se caracterizaria o novo disco?
“Crónicas do Tempo” é um álbum conceptual independente que procura projectar o ouvinte num universo fictício onde se narra a história da vida e morte de um casal durante a implementação de um novo regime nacional-socialista – integrando fortes mensagens sociais, políticas e metafísicas. A viagem inicia-se numa vila paradisíaca onde, aparentemente, todos os sonhos se irão concretizar para os personagens. Rapidamente a ira e ambição humana entram em cena expondo as reais fraquezas individuais desta união: o desespero, o egoísmo e o instinto de sobrevivência. Pretende facultar uma experiência musical ao ouvinte, que terá de completar pequenos pontos da história com a sua própria criatividade e leitura dos acontecimentos. André Leitão e Paulo Soares são os guitarristas do projecto, convidando depois artistas amigos para assegurarem a instrumentalização necessária. Também fazem parte dois actores que fazem a dramatização de cenas em pontos chave do disco.
Qual a faixa que melhor encarna o ‘espírito’ de “Crónicas do Tempo”? Porquê?
O álbum é bastante diversificado no que toca a estilos musicais, por isso custa bastante escolher apenas uma música que defina o álbum. Ultimamente vivemos numa época em que a música cada vez mais se assemelha à fast food, já não se ouvem álbuns inteiros… ouvem-se hits. Faixas isoladas populares. Nesse aspecto somos um pouco retro… achamos que se um artista faz um álbum é porque todas as músicas se interligam entre si e têm um significado conjunto. E por não acreditarmos que um artista deva ser julgado por uma faixa, e também por estarmos a promover um álbum cuja essência é ser ouvido de uma ponta à outra, recusamos com toda a delicadeza possível responder a esta questão.
Uma razão muito forte para ouvir o novo disco?
É um disco diferente, que se for ouvido do início ao fim conta uma história de amor, de esperança, de traição, de desespero, de dor, de vida e de morte. Começa e termina com o nascimento da personagem principal, é um ciclo que nunca termina. Feito por portugueses, cantado em português com as mais variadas influências musicais.
O que esperar de Os Cabos Soltos ao vivo?
Gostaríamos bastante de levar este projecto para a estrada, criando um espectáculo que misturasse teatro e música. Uma vez que o álbum se desenvolve como se de uma peça se tratasse, gostaríamos de criar um espectáculo musical e visual dentro desses moldes. Para já tentamos encontrar subsídios que apoiem esta ideia, daí a promoção deste fantástico blog ser tão importante para nós.
Como vão ser os próximos tempos de Os Cabos Soltos?
Ideias não faltam, e já estamos a trabalhar em temas para um segundo álbum. Estamos a tentar exponenciar os pontos fortes deste primeiro disco e reparar possíveis falhas para conseguirmos apresentar sempre trabalhos superiores, ou pelo menos, do mesmo nível que os anteriores.