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Editado no ano passado numa edição da Vachier & Associados, “Com um Abraço” é um disco que é uma belíssima surpresa. Pois bem, Sebastião Antunes e a Quadrilha estão hoje em destaque n’a trompa. O primeiro deixou-nos alguma palavras.

O Conceito
Há um conceito por trás deste disco, por trás deste ‘abraço’? Qual?
Há realmente um conceito que começou por se fazer um convite a várias pessoas, que não tendo nascido cá, são gente de cá. Não para que tocassem as suas tradições, mas para que integrassem as nossas músicas com a sua criatividade. Depois surgiu a ideia de convidar mais músicos dos quais nós gostamos muito.

Os Convidados
“Com um Abraço” tem um ‘mundo’ de convidados, como foi gerir todo esse processo?
Houve dias em que foi um bocadinho confuso, mas o entusiasmo era grande e hoje só podemos agradecer muito a todos.

O Single
A “Cantiga da Burra”, genericamente, é uma grande festa. Como surgiram os Galandum Galundaina nesta ‘festa’?
A cantiga da burra deu um prazer enorme a gravar, pois os Galandum Galundaina tornam sempre aquilo em que participam. Para além disso a produção do Luís Peixoto e a ajuda nas gravações do João Peixoto completaram a festa.

A Sonoridade
Sebastião Antunes é um músico da tradição portuguesa ou um músico da fusão? ou de ambos? ou simplesmente um músico? ou isso não interessa sequer? Porquê?
Penso que sou simplesmente um músico ou melhor uma pessoa que gosta de fazer canções e de as tocar.

As Canções
Lê-se no PR que “As canções são sempre canções mas a maior parte das vezes são inquietas e pedem mais qualquer coisa”. O que pedem elas?
Quando digo que as canções pedem mais alguma coisa quero dizer que elas querem ser partilhadas, interpretadas e receber outras ideias que não apenas as minhas.

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As Palavras
Continua a importar o que dizem as palavras?
Sim as palavras são fundamentais para mim, são elas que dão vida às minhas histórias

A Novidade
Passaram-se três anos após a estreia a solo e seis após a última edição da Quadrilha. “Com um Abraço” é um disco de continuidade, ou há de alguma forma, em algum sentido, uma viragem?
Eu acredito que cada um dos meus trabalhos tem sempre um pouco de continuidade e um pouco de viragem. Continuidade porque há características que se mantêm e ao mesmo tempo há influencias novas que se juntam.

A Edição
Considerando o actual panorama musical, indústria incluída, continua a fazer sentido editar discos?
Sim independentemente do resultado, o disco é uma forma de partilharmos o nosso mundo mais interior com o mundo que nos rodeia. é um testemunho que representa um determinado momento da nossa criação.

Os Concertos
Presumo que cada novo disco traga igualmente um sem número de incertezas e expectativas. Como tem corrido a apresentação ao vivo do novo disco?
Cada trabalho traz sempre expectativas e as coisas não estão a correr mal, estou muito satisfeito com este disco embora saiba que não é fácil colocá-lo em palco com todos os convidados. os concertos estão agora a começar a ser marcados vamos esperar que seja um ano simpático eu acredito que sim.

O Futuro
Como vai ser o futuro próximo de Sebastião Antunes e a Quadrilha?
O futuro só começa daqui a um bocadinho e é sempre muito fugidio; não se deixa ver, mas para já o que quero é levar estas cantigas ao maior número possível de pessoas e já agora aproveito para dizer que acabámos de lançar o video da cantiga da burra. [ TRADICIONAL | OUVIR ]

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.