Às vezes, a magia acontece. Aconteceu por aqui.
Não sendo propriamente uma surpresa total, ainda assim, o sentimento é de esmagamento, sentido no segundo imediato ao final da audição de “Chromatic”, o álbum de estreia do sexteto lisboeta You Can’t Win, Charlie Brown. É esmagador. Mesmo que pulule por aí uma miríade de referências à nova indie-folk anglo-saxónica, às quais se vai enconstando a música dos You Can’t Win, Charlie Brown, tal não pode – mesmo – servir para reduzir o que os You Can’t Win, Charlie Brown fizeram em “Chromatic”. E o que fizeram é brilhante, qual caleidoscópio de luz e cor, que a cada movimento nos vai desvendando novos prazeres, novos reflexos de luz. “Chromatic é um disco de harmonias, desde logo, instrumentais. São harmonias que desembocam em atmosferas indie-folk criadas pelo alinhamento e cruzamento de linhas acústicas e electrónicas. Da simplicidade à complexidade, geralmente num crescendo. “Chromatic” é também um disco de harmonias vocais, as harmonias que Salvador Menezes, Afonso Cabral e David Santos (aka Noiserv) vão construindo com inusitada beleza melancólica. Uma beleza erguida por um trabalho de composição assente numa brandura que contagia, numa simplicidade de texturas pop e alternativas. Assim mesmo, de uma enorme doçura.
Uma palavra para o trabalho de gravação e produção de Mário Feliciano e para a mistura e masterização de Luis Nunes (aka Walter Benjamin).
Duas palavras para terminar: Be líssimo.

Ouvir “Chromatic”

capa de Chromatic
You Can’t Win, Charlie Brown – “Chromatic” (Pataca Discos, 2011)

01 Over the Sun/Under the Water
02 Until December
03 Green Grass #1
04 A While Can Be A Long Time
05 Songworm
06 Glimpse
07 I’ve Been Lost
08 In the End We Start Again
09 Euphemisms
10 Green Grass #2
11 All of Your Stories Fly
12 An Ending

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By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.

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