Não é do meu tempo…não me lembro dele, pior ainda, muitos nem saberão que ele existe; infelizmente. Mas como diz o povo, nunca é tarde.
É surpreendente o que podemos encontrar pelas páginas perdidas da história da música portuguesa quando o fazemos de peito aberto – o procuramos, quando há vontade de descobrir porque chegaram determinadas coisas à forma a que realmente chegaram. “Changri-Lá” é um disco surpreendente, tão elogiado – pouco, mas alguma coisa – e tão desconhecido; e sim, estamos a falar do sempre ternurento “Avô Cantigas”, a.k.a. Carlos Alberto Vidal.
Como ponto de partida é bom recordar que falamos de um disco de 1976. Falamos dos primórdios do “rock português”, aliás, daquilo a que anos mais tarde se convencionou chamar de “rock português”, o tal do boom; “Changri-Lá”, tal como alguns outros, é sem dúvida um disco percussor dessa época. Numa aproximação clara ao rock progressivo, em voga na época, este é também um disco aberto, genericamente alargado, quer na forma como se aproxima ao rock, quer como o faz em relação à música mais popular ou mesmo étnica, esta, nos pequeníssimos elementos que incorpora. “Changri-Lá” é desde logo um disco lírica e musicalmente inspirado, mais ou menos roqueiro, mais ou menos baladeiro, mais ou menos interventivo…
É um disco de época, uma pequena jóia.

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“Changri-Lá” – Carlos Alberto Vidal (1976/Imavox)

Lado A
01 Corpo de mulher sem mal (Changri-Lá)
02 Venho por Cristo Dizer
03 Bárbara
04 Emanuel
05 O meu nome somos nós (Maharaj-Ji)

Lado B
06 Luisa vai para a escola
07 Era uma vez uma flôr
08 Mariazita
09 Nascer

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.

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