Parecia esquecido no amontoado de discos em stand by. Parecia, apenas. Em boa verdade, como poderia parecer tal coisa? Pois bem, é hoje o dia de verter para aqui meia dúzia de linhas sobre “The Imaginary Life Of Rosemary And Me” (Pataca Discos, 2012), o belo álbum que Walter Benjamin (aka LuísNunes) inventou e nos deixou em 2012.
A verdade é que de 2008 para cá, data da edição de “The National Crisis” (Merzbau, 2008), muito se passou na vida do músico e compositor. E esse muito, essencialmente marcado por uma contínua e enriquecedora experiência de vida passada em Londres, está inequivocamente expresso neste novo disco – já estava em alguns EPs entretanto editados em parceria. Se em “The National Crisis” nunca duvidámos da qualidade de Walter Benjamin, enquanto compositor e enquanto performer, em “The Imaginary Life of Rosemary and Me” temos a confirmação absoluta disso tudo; e em grande. Da singeleza de um disco absolutamente caseiro, Walter Benjamin saltou em 2012 para um disco mais completo e complexo na forma como se expõe musicalmente. Isto, e talvez seja o mais importante, sem nunca perder uma beleza muito própria, a certeza de ser um disco completamente Walter Benjamin. É aquela voz suja a pintalgar arranjos bastante cuidados de um folk-rock marcado peremptoriamente pela guitarra acústica e pelo piano de Walter Benjamin, mas marcado também pelas vozes e múltiplos instrumentos de um sem número de amigos de sempre. Quando tudo parece estar no sítio certo.
Do quarto para o mundo, desta vez com uma multidão atrás, outra à frente e uma terceira a necessitar urgentemente de conhecer este “The Imaginary Life of Rosemary and Me”. [FOLK | ROCK | OUVIR]