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Factor T

Rui DinisRui Dinis

Genericamente, o Factor T visa completar a avaliação qualitativa dos discos revistos n’a trompa. Este vai até aos 100 pontos e é alimentado por uma bateria de 10 indicadores (os primeiros cinco de carácter objectivo, os restantes mais subjectivos), cada um deles com um valor máximo de 10 pontos. Esta não é uma metodologia testada, esta é apenas a metodologia preparada especialmente para ser utilizada no blogue a trompa.

01. Estética – Avalia-se a sonoridade global do disco, especialmente quando enquadrada num género ou estilo específico. Toma-se igualmente em consideração a relação com outras influências artísticas e o peso que estas referências têm ou podem ter no disco em questão. Tudo numa visão ampla em relação ao que se avalia na ‘originalidade’.

02. Musicalidade – Avaliam-se os temas da harmonia, da melodia, do trabalho de composição, arranjos e a complexidade musical daí resultante. Em projectos instrumentais, este campo vale a dobrar por desadequação do campo ‘Lírica’.

03. Lírica – A mensagem, a poesia, as palavras e o sentido das mesmas; ou não.

04. Interpretação – Indicador relacionado mais especificamente com a perfomance dos instrumentistas e do/a vocalista; do que nos permite ouvir a gravação, portanto…

05 Produção – Avaliação mais técnica relacionada com a produção mas também com a gravação, mistura, masterização, etc.

06 Coerência – Com ou sem conceito adjacente, avalia-se especialmente uniformidade do disco, a consistência existente entre todas as faixas, a ordenação, a repetição de fórmulas, etc..

07. Originalidade – De certa forma similares, originalidade e criatividade são aqui analisadas em conjunto, ainda que em perspectivas diferentes. De uma forma simplista, original quando um projecto foge claramente a um género ou estilo definido; criativo quando dentro de algum desses géneros ou estilos, se consegue reinventar.

08. Relevância – Música é música mas facilmente se pode considerar uma mais relevante do que outra. Não se quer com isto dizer que seja sempre bem aceite pelo público ou que venha a ser recordada mais tarde, em todo o caso, as suas características fazem dela uma música relevante, nomeadamente e principalmente ao nível cultural.

09. Intemporalidade – Se o futuro ao futuro pertence, há neste indicador algo de adivinhatório. Tenta aventar-se a longevidade, a repercussão de determinado disco no futuro. Em parte relacionado com o anterior, neste tenta-se adivinhar a certeza de um disco continuar a ser recordado daqui por muitos anos; tenha sido considerado anteriormente mais ou menos relevante.

10. Factor WOW – Último e não menos importante, o factor WOW tenta avaliar o inexplicável. Move-se no campo das emoções, estuda-se o potencial pop, a pura energia, aquela sensação estranha de haver algo que nos atrai sem saber muito bem o quê. Quantas vezes nos sentimos atraídos por um tema sem saber porquê, sabendo apenas que em condições normais nada nos diria? É o factor WOW.

 

No fim, e para além da retórica já debitada no corpo do artigo em causa, a pontuação poderá querer dizer mais ou menos isto:

 

91- 100 – A obra prima. Musical e emocional perfeito. Os deuses desceram à terra.

81 – 90 – Fantástico. Quase único e certamente um dos discos do ano.

71 – 80 – Muito bom. Bem pensado e interpretado ainda que talvez lhe falte alguma criatividade.

61 – 70 – Bom.  Está longe de ser perfeito mas não envergonha ninguém, muito pelo contrário.

51 – 60 – Mediano.  Ouve-se bem mas ficará longe de fazer história.

41 – 50 – Sofrível.  Ouve-se alguma coisa mas são vários os pontos fracos.

31 – 40 – Pobre.  Fraco e já roçar o ridículo em alguns temas.

21 – 30 – Mauzinho. Já é perder tempo…

11 – 20 – Muito mau. Absolutamente incompetente.

0 – 10 – Mau de mais para ser verdade. Talvez fosse boa ideia dedicarem-se à agricultura!

Rui Dinis
Author

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.

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