Lançado no passado dia 27 de Junho, no Teatro do Bairro, “Ti Miséria” é o EP de estreia da Marafona.
“A MARAFONA não é Folk, não é Fado, não é Música Erudita, não é Jazz ou Blues, não é Pop, não é Intervenção, não é Poesia, mas é um pouco de tudo numa canção assumidamente portuguesa, redescoberta nas raízes populares dispersas pela urbanidade.” Nota de Imprensa
São os Marafona, numa ‘curta’ para a trompa:
Como nasceu o projecto Marafona?
Nasceu da vontade de ouvir algo que, no início, só existia na imaginação, algo que se desejava.
Para a frente é que é caminho e meteram-se mãos à obra.
Entre desencontros e encontros de músicos, foram ficando com naturalidade as peças que fazem parte desta banda.
Tomou-se como ponto de partida, a origem, a inevitável música e a cultura tradicional portuguesa. Misturaram-se as correntes musicais sempre com o tal som na cabeça, o objecto primordial. Mas curiosamente, o último músico a integrar a Marafona é Mexicano, o Ian Carlo.
Consolidou-se a Marafona pela criatividade, trabalho e persistência.
Todos, um a um, foram contribuindo com a sua musicalidade para criar esta boneca…agora é ela que nos recria.
O que move a Marafona na música?
A cada passo nos apercebemos do desejo de trilhar um caminho distinto, como o melhor contributo que podemos dar à música portuguesa.
Filhos do nosso tempo, passamos a expressão, sentimos e vivemos este momento. Neste nosso país, com toda a história que por baixo dos pés se acumula em camadas de acontecimentos, que enchem de significado o que somos, faz todo o sentido procurar a ponte da continuidade para a inovação.
A Marafona tem o desejo de recriar a canção portuguesa nos seus variados estilos, não se identificando com nenhum em particular.
As nossas canções e arranjos partem da liberdade criativa do grupo e resultam na descoberta de uma maravilhosa amálgama, que com grande entusiasmo queremos partilhar com todos.
Um adjectivo que caracterize a música de Marafona?
Continuamos todos os dias nos surpreender-nos com o nosso trabalho. Assim, descobrimos sempre novos adjectivos na teia de canções, tão distintas umas das outras, pelo que “Marafona” é o adjectivo cumulativo de todos esses adjetivos.
Porquê o título de “Tia Miséria” para o novo disco?
A Tia Miséria, foi inspirada num conto tradicional português, compreendendo um apólogo à condição atual dos portugueses através da história recontada de uma velhinha, da sua pereira e da forma como enganou a morte. Este conto avisava-nos que a Miséria ficou para sempre no mundo. “Tia Miséria” porque há coisas das quais não nos deveríamos esquecer.
Numa frase apenas, como caraterizam o novo disco?
Para nós, neste disco há a concretização do propósito inicial do grupo, há muito trabalho e apoio de excelentes profissionais, horas e horas de labuta com uma equipa fantástica, e um sabor a injustiça para com os temas da Marafona que não couberam no EP. Mas acrescentando uma segunda frase, segundo quem o comprou, o disco “é uma surpresa refrescante” e “cinco temas sabe a pouco”.
Se tivessem de escolher a faixa que melhor encarna o ‘espírito’ Marafona, qual escolheriam? Porquê?
O Rui pode ouvi-las. Todas encarnam o espírito Marafona! E se for a um concerto da Marafona verá que os restantes 11 temas também encarnam este espírito, pelos arranjos, pelas estruturas, pela sonoridade. O universo Marafona é muito extenso, podendo este ou aquele tema agradar a pessoas completamente distintas, mas versa sempre por ter um carimbo bem definido.
Apontem duas razões para ouvir – e mesmo comprar – o vosso novo disco?
Vamos utilizar apenas uma frase de alguém que comprou o disco: “A Marafona é agora como o café, é por play 3 ou 4 vezes ao dia”.
O que podem esperar as pessoas que forem ver Marafona ao vivo?
A Marafona leva-nos numa viagem entre o Portugal de ontem e o Portugal de hoje, traz-nos poesia, sensualidade, movimento, humor, muita energia e boa disposição, agarra-nos ainda pela fio condutor das historias cantadas. Quem não gosta de uma história bem contada?
Podem esperar também a simplicidade de mãos dadas com o inesperado, estaremos lá para o cumprir. Voltarão para casa a sorrir com uma barrigada de canções, ou então, acompanhados por pessoas que voltam para casa a sorrir com uma barrigada de canções.
Proponham um disco da música portuguesa que vos tenha agradado nos últimos tempos – o vosso não vale?
Somos 5 e por isso…
Gonçalo Almeida:TERRA SECA – do Mário Laginha Trio
Cláudio Cruz: SENHOR GALANDUM – dos Galandum Galandaina
Daniel Sousa: ACHEGA-TE – dos Baú
Ian Carlo: HOW CAN WE BE JOYFUL IN A WORLD FULL OF KNOWLEDGE- do Bruno Pernadas
Artur Serra: Como o nosso EP não vale tenho de falar do futuro LP da MARAFONA, pois 5 músicas souberam a pouco e as restantes canções merecem ser gravadas. Já está na minha cabeça, com convidados e tudo a que tem direito pois é o disco que mais me agrada.
Como vai ser o Verão da Marafona?
Vai ser como o da maioria dos Portugueses, a tentar contrariar a crise. Entre a praia o trabalho seguiremos semeando para preparando o ano que aí vem. Presentemente, procuramos realizar uma Tour pelo país e dar a maior divulgação à Marafona que tanto acarinhamos. [OUVIR]