Hoje são os Ermo a falar-nos do seu novo disco, “Vem Por Aqui” (Optimus Discos, 2013). Ei-los, faixa a faixa:

Eu vi o Sol – Serve como música introdutória ao álbum. É um tema de esperança que pretende ilustrar a claridade pelo seu negativo. Dá também o mote ao álbum, nos últimos versos deixando também clara a ideia que queremos deixar com este disco.

Correspondência – Uma carta de amor e ódio a Portugal. Ilustra um pouco o sentimento ambivalente que temos pelo nosso país e que, certamente, tantas outras pessoas também têm, mostrando que podemos odiar Portugal de tanto o amar.

Macau – É um tema que tenta mostrar um pouco como vemos a antiga realidade colonial portuguesa. Achamos bonita a ideia de haver um pouco de nós em vários sítios do mundo e esta canção canta a pegada portuguesa no mundo.

Porquê – Quisemos fazer uma música que fosse também uma pergunta. Que mostrasse que o povo português é uma entidade que se pensa imenso e que gosta de se espelhar em várias realidades, mesmo muitas vezes não gostando do que vê no seu reflexo.

Primavera – Mais que um tema que aborda a infância, é um também um tema que pode ser interpretado de várias formas. Tanto ao nível pessoal de cada um como a nível colectivo de um país primariamente nostálgico da sua infância colectiva.

Fronteira – Foi o primeiro tema que compusemos para este álbum. Fronteira pela sua letra que surge como um novo cantar da imigração e por ter sido basilar na transição do tipo de som que fazíamos antes deste disco e agora.

Projéctil – É uma música sobre um espaço bracarense onde se deu a nossa génese. A letra é bastante explicativa. “Melhor lugar de Braga, pior lugar do mundo”.

Pangloss – Inspirada na personagem de Voltaire, homónima do tema, pretende transmitir um pouco o espírito “panglossiano”, por assim dizer que o país nos impinge. Mandamos calar e comer, que é o que nos pedem para fazer. Impingimos que ninguém tem fome, porque toda a gente tem. Dizemos que tudo correrá bem, porque não é verdade. [POP | ALTERNATIVA | DOWNLOAD LEGAL].

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By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.