“Vazio Infinito”; é este o título, em português, do livro de Philip K. Dick no qual The Astroboy (aka Luís Fernandes) se inspirou para o seu mais recente disco, “Flow My Tears” (Easy Pieces, PAD, 2013) – outra vez Philip K. Dick. Da leitura de “Flow My Tears, The Policeman Said”, título original da obra de ficção científica de Philip K. Dick, nasceu esta peça de oito actos de um envolvente e crescente minimalismo electrónico, projecção cósmica e eterna de um abraço fraterno ao krautrock alemão – com espaço para a colaboração de Hans-Joachim Roedelius com os Qluster. Em todo o caso, “Flow My Tears” é muito mais que este abraço, ele é essencialmente a demonstração de uma devoção a ambientes sonoros paralelos, visões ambíguas de uma misteriosa imaginação de cariz espacial. Com uma espessura digital forte, “Flow My Tears” é um interessantíssimo documento introspectivo feito de movimentos e texturas, ora vagueantes, ora dramaticamente incisivas. [ELECTRÓNICA | OUVIR]