E o maestro rumou ao norte, num dia em que a chuva quase arruinou a segunda noite das Noites…foi anteontem, sábado.
Não arruinou mas andou perto, com os Bunnyranch e os Wraygunn como principais prejudicados – eles e principalmente a massa do lado de cá obviamente. O facto é que nunca foi muito forte, quase nunca passou de um chuvisco fino, daí os concertos na realidade terem sido pouco ou quase nada abalados por tal. Molhado e pontual. Acontece tão poucas vezes que é necessário realçá-lo bem quando acontece: às 21h30 em ponto, os Gajos Baixos começavam a sua actuação no Palco Ritual. Parabéns. Público? estava em número razoável sim senhor.
Depois e não é novidade, o espaço, o jardim do Palácio de Cristal é magnífico; se não é perfeito anda lá perto. Parabéns. Agora pelo outro lado; se não se discute os 10 € como preço único de entrada no festival (ou 7,5€ se comprado antes), seja para um dia ou para dois – não é caro, efectivamente – já o preço da “bjeca” pesa um pouco, 1,5 € não é um pouco excessivo?
Não arruinou mas andou perto, com os Bunnyranch e os Wraygunn como principais prejudicados – eles e principalmente a massa do lado de cá obviamente. O facto é que nunca foi muito forte, quase nunca passou de um chuvisco fino, daí os concertos na realidade terem sido pouco ou quase nada abalados por tal. Molhado e pontual. Acontece tão poucas vezes que é necessário realçá-lo bem quando acontece: às 21h30 em ponto, os Gajos Baixos começavam a sua actuação no Palco Ritual. Parabéns. Público? estava em número razoável sim senhor.
Depois e não é novidade, o espaço, o jardim do Palácio de Cristal é magnífico; se não é perfeito anda lá perto. Parabéns. Agora pelo outro lado; se não se discute os 10 € como preço único de entrada no festival (ou 7,5€ se comprado antes), seja para um dia ou para dois – não é caro, efectivamente – já o preço da “bjeca” pesa um pouco, 1,5 € não é um pouco excessivo?
Gajos Baixos[Palco Ritual]
Não, os gajos não são baixotes, são grandes, e agarrados aos seus baixos eléctricos, são enormes.
Só de pensar num concerto onde as músicas são reduzidas ao que se consegue tirar de dois baixos, já nos deixaria curiosos, então depois de os ouvir, ficamos estupefactos. Gajos Baixos é um grande exercício de estilo e naturalmente experimental; até creio que para primeira vez, não seria muito fácil resistir a uma hora de Gajos Baixos, mas atendendo que ontem foram apenas 25 minutos, o espectáculo dado pelos dois baixistas aveirenses, Alexandre Mano e Edamir Costa, foi extraordinário, ainda que algo prejudicado pelo som – não deve ser fácil pôr dois baixos eléctricos a tocar daquela forma.
Só de pensar num concerto onde as músicas são reduzidas ao que se consegue tirar de dois baixos, já nos deixaria curiosos, então depois de os ouvir, ficamos estupefactos. Gajos Baixos é um grande exercício de estilo e naturalmente experimental; até creio que para primeira vez, não seria muito fácil resistir a uma hora de Gajos Baixos, mas atendendo que ontem foram apenas 25 minutos, o espectáculo dado pelos dois baixistas aveirenses, Alexandre Mano e Edamir Costa, foi extraordinário, ainda que algo prejudicado pelo som – não deve ser fácil pôr dois baixos eléctricos a tocar daquela forma.
Supernada
Na noite de sábado, o palco principal foi estreado pelos tripeiros Supernada – ou de outra forma, o regresso de Manuel Cruz.
Não queria nem deveria obviamente exagerar, mas projecto onde Manuel Cruz mete as mãos é projecto para se ouvir com toda a atenção. Sabendo igualmente que o performer nortenho só se faz acompanhar por músicos de qualidade, facilmente se depreende que o que se viu e ouviu anteontem foi mais um grande espectáculo, anteontem, dos Supernada. Não sendo extraordinário, percebe-se que os Supernada são “o outro” projecto de Manuel Cruz, o alternativo, o mais agreste, socialmente mais implicado e longe do low-profile lírico dos Pluto; nos Supernada, Manuel Cruz explode liricamente, seco e amargo. Esteticamente abrangente, o rock alternativo dos Supernada concentra-se afincadamente na carga da mensagem e da interpretação em conjunto com uma musicalidade igualmente arejada e crua.
Não queria nem deveria obviamente exagerar, mas projecto onde Manuel Cruz mete as mãos é projecto para se ouvir com toda a atenção. Sabendo igualmente que o performer nortenho só se faz acompanhar por músicos de qualidade, facilmente se depreende que o que se viu e ouviu anteontem foi mais um grande espectáculo, anteontem, dos Supernada. Não sendo extraordinário, percebe-se que os Supernada são “o outro” projecto de Manuel Cruz, o alternativo, o mais agreste, socialmente mais implicado e longe do low-profile lírico dos Pluto; nos Supernada, Manuel Cruz explode liricamente, seco e amargo. Esteticamente abrangente, o rock alternativo dos Supernada concentra-se afincadamente na carga da mensagem e da interpretação em conjunto com uma musicalidade igualmente arejada e crua.
Housanbass[Palco Ritual]
Já longe do experimentalismo dos Gajos Baixos, Alexandre Mano voltou ao palco, agora acompanhado do DJ R Sound (Rui Reis), a outra face dos Hausanbass.
Com os Housanbass entrámos em definitivo na rota da dança. Enquanto DJ R Sound toma conta dos pratos colocando as rodelas a girar com mestria, Alexandre Mano acompanha-o com o seu, anteontem já inconfundível, baixo eléctrico. Depois foi um jorrar quase infinito de house e funk bem acompanhado por um sereno tilintar do esqueleto; não tanto como se devia – e merecia, o pessoal não estava para aí virado, a cena era mesmo só para ouvir.
De razoável vibração, a actuação dos Hausanbass valeu pelo papel diferenciador que um baixo a sério e ao vivo pode dar ao som pré-gravado.
Com os Housanbass entrámos em definitivo na rota da dança. Enquanto DJ R Sound toma conta dos pratos colocando as rodelas a girar com mestria, Alexandre Mano acompanha-o com o seu, anteontem já inconfundível, baixo eléctrico. Depois foi um jorrar quase infinito de house e funk bem acompanhado por um sereno tilintar do esqueleto; não tanto como se devia – e merecia, o pessoal não estava para aí virado, a cena era mesmo só para ouvir.
De razoável vibração, a actuação dos Hausanbass valeu pelo papel diferenciador que um baixo a sério e ao vivo pode dar ao som pré-gravado.
Bunnyranch
E a chuva começou, cada vez mais forte, mas nunca suficiente para afastar a larga audiência – apenas alguma cederia.
Naturalmente, Kaló & Cia, nesta atmosfera, não se deixaram abater e tentando tudo por todos os meios arrancaram para mais um grande espectáculo – como já é habitual, com ou sem chuva. Cá, deste lado, evitava-se ao máximo a deserção para uma qualquer zona coberta. O facto é que a esmagadora maioria aguentou-se, em pura vibração. No durante, foi o habitual e enérgico espectáculo do mais puro rock’n’roll made in Coimbra, com um Kaló no seu melhor, como não poderia deixar de ser. Pelo meio, referência para a saudação a Paulo Furtado e para a curiosa evocação de Mão Morta – com Adolfo Luxúria Canibal a deambular pelo recinto.
Naturalmente, Kaló & Cia, nesta atmosfera, não se deixaram abater e tentando tudo por todos os meios arrancaram para mais um grande espectáculo – como já é habitual, com ou sem chuva. Cá, deste lado, evitava-se ao máximo a deserção para uma qualquer zona coberta. O facto é que a esmagadora maioria aguentou-se, em pura vibração. No durante, foi o habitual e enérgico espectáculo do mais puro rock’n’roll made in Coimbra, com um Kaló no seu melhor, como não poderia deixar de ser. Pelo meio, referência para a saudação a Paulo Furtado e para a curiosa evocação de Mão Morta – com Adolfo Luxúria Canibal a deambular pelo recinto.
Alex FX[Palco Ritual]
O regresso de Alex Fx aos Live Act, 5 anos depois…
Na continuidade do espectáculo dos Hausanbass, Alex FX continuou a noite ritual em dedicação à dança, agora numa vertente mais electrónica e experimental. Por detrás dos monitores, o espectáculo foi decorrendo com respeitável energia, sofrendo naturalmente do sintoma já anteriormente referido; o público estava para ouvir, não tanto para dançar. A actuação terminaria com o belíssimo “Sabe-se Lá”, tema incluído na compilação de 2004 “Amália Revisited”.
Na continuidade do espectáculo dos Hausanbass, Alex FX continuou a noite ritual em dedicação à dança, agora numa vertente mais electrónica e experimental. Por detrás dos monitores, o espectáculo foi decorrendo com respeitável energia, sofrendo naturalmente do sintoma já anteriormente referido; o público estava para ouvir, não tanto para dançar. A actuação terminaria com o belíssimo “Sabe-se Lá”, tema incluído na compilação de 2004 “Amália Revisited”.
Wray Gunn
Por fim e para o fim…a cereja estava guardada.
Com o habitual desvairo e em plena ofensiva internacional, os Wraygunn ofereceram-nos o espectáculo que deles se espera: Grande, energia Rock’n’Roll, puro Soul, aquele Rythm,&Blues. Pouco se pode dizer que não tenha já sido dito e repetido sobre os Wraygunn, senão que – e nem isto é novidade -, o espectáculo da banda de Coimbra está cada vez mais profissional, exigindo a todo o custo palcos maiores, não só por cá como por lá. Lá, para lá da fronteira e felizmente, nesse sentido as coisas começam a correr de feição.
Aposta feita, aposta ganha, música de excelência!
Com o habitual desvairo e em plena ofensiva internacional, os Wraygunn ofereceram-nos o espectáculo que deles se espera: Grande, energia Rock’n’Roll, puro Soul, aquele Rythm,&Blues. Pouco se pode dizer que não tenha já sido dito e repetido sobre os Wraygunn, senão que – e nem isto é novidade -, o espectáculo da banda de Coimbra está cada vez mais profissional, exigindo a todo o custo palcos maiores, não só por cá como por lá. Lá, para lá da fronteira e felizmente, nesse sentido as coisas começam a correr de feição.
Aposta feita, aposta ganha, música de excelência!