Em ano de mais um novo e grande disco, “A Rose Is a Rose Is a Rose” [ouvir no spotify] , Old Jerusalem será a razão de mais um super-especial n’a trompa. Será o próprio Francisco Silva a falar-nos sobre a sua música, sobre os seus discos, sobre esses dias de feliz criação. A trompa dá o mote, o artista continua…
2003
“April” – Old Jerusalem (Bor Land)
No ano em que o vaivém Columbia se desintegrou fatalmente durante o regresso à atmosfera terrestre depois de realizar uma missão experimental com gravidade zero, Old Jerusalem…
…preparava-se para o que na altura parecia um passo importante: o lançamento do primeiro disco de longa duração! A parceria com a Bor Land estava a desenvolver-se muito bem e por intermédio do Rodrigo tinha-se estendido ao estúdio AMP e ao Paulo Miranda. Foi no AMP que gravei os temas constantes do “Old & Alla”, e o Paulo interessou-se muito na altura por Old Jerusalem. Na verdade, logo no primeiro dia em que visitei o estúdio demo-nos conta de um certo alinhamento estético entre nós: pousado na mesa de mistura (ou em algum outro dos misteriosos aparelhos que preenchiam os estúdios antes de todas aquelas coisas se tornarem em “apps” ☺) estava uma cópia de um disco que se tinha tornado uma audição regular para mim – o “Essence”, da Lucinda Williams – e esse pequeno facto iniciou uma conversa que diria que dura até hoje. ☺ Soube depois que o Paulo Miranda tinha ele próprio gravado e lançado recentemente um disco muito centrado em canções e com a mesma matriz anglo-saxónica que era no fundo a base das canções de Old Jerusalem (o curioso projecto The Unplayable Sofa Guitar) e estou em crer que esse interesse estético mútuo terá despertado o interesse dele em Old Jerusalem e a vontade de trabalhar comigo. O que quer que seja que tenha despertado o interesse do Paulo no projecto, a verdade é que foi ele o grande impulsionador do “April”, ao propor-me um negócio bastante interessante, com contrapartidas que eram totalmente praticáveis, o que na prática permitiu que o disco viesse a existir.
Não se pode dizer que o trabalho no álbum tenha sido fácil, de facto foi até muito frustrante. À inexperiência juntou-se a consciência das minhas fortes limitações interpretativas, composicionais, etc, e este período foi muito marcado por uma grande sensação de insegurança e dúvidas sobre se realmente valia a pena dar continuidade a um projecto musical próprio. De qualquer forma, parte do acordo com o Paulo implicava que o trabalho fosse desenvolvido e finalizado, e assim foi. Com mais ou menos reservas, mas também com bastante “adrenalina” e entusiasmo o disco foi feito, assegurando a Bor Land a sua edição, e a partir daí creio que se começou efectivamente a delinear o futuro da actividade de Old Jerusalem. O disco foi muito bem recebido e ampliou a nossa base de acção, de contactos, etc, e intensificou a actividade quer da banda (que nesta fase era ainda essencialmente eu), quer da editora, estou em crer.
Francisco Silva
Artigos anteriores:
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