Ontem, à noite, Novembro no Phono’05, na Fonoteca Municipal…
É no íntimo e melancolia das noites tristes e chuvosas, lisboetas como a de ontem, que o universo dos Novembro parece encaixar-se que nem uma luva. Parece e encaixa-se…realmente.
Com o fado como grande e quase único elemento de referência ainda que numa abordagem completamente – e felizmente – diferente das ultimamente surgidas, esta claramente mais alternativa, os Novembro aprofundam um conceito sonoro interessantíssimo e muito próprio. Nisto, a especificidade de uma forte sintetização sonora criadora dos mais diversos ambientes, densos, por acordes directos e golpeantes da guitarra portuguesa de João Pécurto (sobre uma outra escondida) e por uma marcada, alternativa e castiça voz (Miguel Filipe), numa espécie de vibrato constante, marcam decisivamente o conceito da banda. Não nos esqueçamos, entrámos no mundo da canção. É neste ambiente, geralmente soturno e muito português, que o universo dos Novembro se esprai. O trio completa-se com Mark Harding e uma bateria electrónica, ontem, às vezes perdida entre o real e o digital…
Infelizmente, o conceito do disco não é ainda de todo funcional ao vivo. A intimidade e melancolia está lá, a ideia vive e bem, a golpeante guitarra não esmorece e a carismática voz lá está também; mas o que faltou então? faltou corpo.
Ao vivo e tendo por base os dois temas da colectânea Phono’05, falta alguma da densidade que se houve no disco, que ontem parcialmente se resolveria com um aumentar de volume das componentes gravadas que vão sendo lançadas, especialmente os elementos sintetizados – o excelente “Jornada dos Passos Cegos” foi disso exemplo. Confesso, e não sendo extremo nesta questão, que se torna bastante impessoal o facto de em boas partes concerto a música estar bem lá no ar e não ver ninguém a tocá-la; ao vivo, o trio parece ser algo insuficiente para transmitir toda a arte – boa – que parece ter para nos oferecer, faltando um maior sentido de todo àquele corpo, especificamente na relação com o que se está a ouvir. No fim, fica-se com a ideia que ao vivo os Novembro são ainda pouco orgânicos e que com alguém a tocar tudo ou parte do que se houve, teríamos efectivamente um concerto apaixonante…
Concluindo e não nos enganemos, foi um bom concerto de um excelente projecto à procura ainda do seu espaço ao vivo, ao qual faltou por momentos, alguma diversidade rítmica no geral e alguma da densidade sonora sentida no disco e que se percebe ser a perseguida pelo grupo – e bem; em partes do mesmo este sentimento transformou-o em algo um pouco mais monótono…
Mas, o que fica?…
Uma ideia a acompanhar…sem dúvida.
É no íntimo e melancolia das noites tristes e chuvosas, lisboetas como a de ontem, que o universo dos Novembro parece encaixar-se que nem uma luva. Parece e encaixa-se…realmente.
Com o fado como grande e quase único elemento de referência ainda que numa abordagem completamente – e felizmente – diferente das ultimamente surgidas, esta claramente mais alternativa, os Novembro aprofundam um conceito sonoro interessantíssimo e muito próprio. Nisto, a especificidade de uma forte sintetização sonora criadora dos mais diversos ambientes, densos, por acordes directos e golpeantes da guitarra portuguesa de João Pécurto (sobre uma outra escondida) e por uma marcada, alternativa e castiça voz (Miguel Filipe), numa espécie de vibrato constante, marcam decisivamente o conceito da banda. Não nos esqueçamos, entrámos no mundo da canção. É neste ambiente, geralmente soturno e muito português, que o universo dos Novembro se esprai. O trio completa-se com Mark Harding e uma bateria electrónica, ontem, às vezes perdida entre o real e o digital…
Infelizmente, o conceito do disco não é ainda de todo funcional ao vivo. A intimidade e melancolia está lá, a ideia vive e bem, a golpeante guitarra não esmorece e a carismática voz lá está também; mas o que faltou então? faltou corpo.
Ao vivo e tendo por base os dois temas da colectânea Phono’05, falta alguma da densidade que se houve no disco, que ontem parcialmente se resolveria com um aumentar de volume das componentes gravadas que vão sendo lançadas, especialmente os elementos sintetizados – o excelente “Jornada dos Passos Cegos” foi disso exemplo. Confesso, e não sendo extremo nesta questão, que se torna bastante impessoal o facto de em boas partes concerto a música estar bem lá no ar e não ver ninguém a tocá-la; ao vivo, o trio parece ser algo insuficiente para transmitir toda a arte – boa – que parece ter para nos oferecer, faltando um maior sentido de todo àquele corpo, especificamente na relação com o que se está a ouvir. No fim, fica-se com a ideia que ao vivo os Novembro são ainda pouco orgânicos e que com alguém a tocar tudo ou parte do que se houve, teríamos efectivamente um concerto apaixonante…
Concluindo e não nos enganemos, foi um bom concerto de um excelente projecto à procura ainda do seu espaço ao vivo, ao qual faltou por momentos, alguma diversidade rítmica no geral e alguma da densidade sonora sentida no disco e que se percebe ser a perseguida pelo grupo – e bem; em partes do mesmo este sentimento transformou-o em algo um pouco mais monótono…
Mas, o que fica?…
Uma ideia a acompanhar…sem dúvida.
Alternativa
www.cm-lisboa.pt/fonoteca/
ACTUALIZADO