Enquanto continuam às voltas pelo país com o novo “Console Pupils”, os u-clic estiveram em directo com a trompa:

a_trompa: Numa frase, como caracterizam o conceito u-clic?
u-clic: O conceito u-clic é a génese e o caminho dos vários conceitos musicais, artísticos, visuais e contextuais interligados que nos trouxeram (a todos os console pupils) até aqui… e que nos impelem a continuar.

a_trompa: Sendo uma banda de Tomar, sentiram em algum momento, durante a divulgação do vosso trabalho, ‘aquele’ peso da interioridade? Ainda faz sentido falar neste peso?
u-clic: Sentimos durante todo o processo não “aquele” peso, mas sim “esta” leveza e desprendimento que é a interioridade geográfica (viver numa cidade pequena permitiu-nos e permite que todos os envolvidos no processo criativo tenham estreito contacto diário, quer sejam músicos, designers, video-jockeys, produtores ou djs). Nesta era em que o mundo não acontece unicamente no plano material e terreno, mas também através das várias telecomunicações disponíveis, sempre estivemos em todo o lado que quisemos, a ver e a ouvir aquilo que queríamos e considerávamos importante.

a_trompa: Que tipo de sensações esperam que as pessoas retirem da audição de “Console Pupils”?
u-clic: As sensações são do domínio pessoal de cada um. Em “console pupils” estão representadas as sensações de uma série de pessoas (directamente envolvidas no seu processo, ou que nunca conhecemos pessoalmente mas por quem temos muita admiração, sobretudo pelo trabalho que desenvolveram nas artes e na música). No final… o mais importante é de facto aquilo que cada “console pupil” vai retirar deste álbum, até porque este trabalho lhes é dedicado.

a_trompa: A imagem tem um peso importante no conceito u-clic. O que muda dos u-clic em disco para os u-clic ao vivo?
u-clic: O conceito base e atitude dos u-clic não muda em momento algum. Naturalmente não conseguimos transportar para o objecto compact-disc o video-jocking e o contacto pessoal banda/público das actuações ao vivo, como também não levamos para as performances ao vivo o “work in progress” criativo e conceptual, nem a vasta equipa de criadores que trabalha connosco (produtores, designers, fotógrafos, ilustradores, animadores e criadores de clips de vídeos, etc.). O fundamental para nós, e felizmente tem estado sempre presente, é a coerência entre as duas dimensões do projecto, fruto da coerência e sintonia entre todos os intervenientes deste colectivo alargado.

a_trompa: Genericamente, o vosso disco tem sido muito bem aceite. Que principal razão encontram para tal resposta?
u-clic: Não sei se temos essa resposta. Temos, de certeza, é uma grande satisfação ao constatar esse facto. É muito bom sentir o nosso trabalho, feito com tantas certezas e tantas dúvidas, tantos retrocessos e tantas horas dedicadas, a ver a luz do dia e a ser tão bem acolhido por aquelas pessoas que gostaríamos que o acolhessem deste modo: os “console pupils”. Talvez haja de facto, como já desconfiávamos, um grupo grande de gente que gosta das mesmas coisas que nós (na música e não só), e que se revêem neste nosso manual “trendy/arty/hype”.

a_trompa: No campo da futurologia, ainda teremos u-clic daqui a dez anos? Como e onde se imaginam?
u-clic: Os u-clic existirão daqui a dez anos, de certeza – agora não há volta a dar! Existem os objectos criados e os concertos dados. Isso assegura a sua existência a longo prazo. A banda u-clic, essa, independentemente de existir neste formato ou não daqui a dez anos, continuará concerteza activa. Todos os elementos envolvidos, sem excepção, são pessoas que não gostam de ficar à espera que aconteça… preferem fazer acontecer, e descobrir para onde se vai a seguir. Nas várias áreas em que os u-clic se movem, vamos continuar a fazer coisas… tendo a certeza que, em conjunto ou não, nunca se perderá a filosofia fundamental que levou à criação, e que é motor ainda hoje, de um projecto que consideramos no seu tempo… exactamente a meio caminho entre o passado e o futuro, ou seja, no presente. Assim, daqui a dez anos, estaremos certamente em 2017.

som Ouvir “Console Pupils”

foto u-clic

tipo Electrónica
sítio www.u-clic.com
sítio u-clic.blogspot.com
som www.myspace.com/uclic

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.